“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” ~ Confúcio
O Universo existe há aproximadamente 5 bilhões de anos e há 4,5 bilhões de anos deu luz à esse grande jardim, a Terra. Os primeiros registros históricos de nós, seres humanos caminhando nesse jardim se dá em 2,5 milhões de anos. É isso mesmo o que você leu, estamos aqui aprendendo e nos desenvolvendo há DOIS E MEIO MILHÕES DE ANOS!! Quando paro para refletir sobre isso, esse nosso momento contemporâneo se parece mais como um arco no tempo, dentre muitos arcos. Caminhamos uma longa jornada até aqui, não é mesmo? Começamos nas cavernas, desenvolvendo os sentidos, como a linguagem e fomos nos aprimorando em grupos, culturas. Descobrimos como manipular o fogo, a terra, o ar, a água. Expandimos nossa consciência e obtivemos a noção de Deus. Criamos leis, governos e religiões e hoje vivemos a globalização. Uma era digital em que podemos obter conhecimento sobre muitos assuntos e nos conectar com pessoas ao redor do mundo.
Com toda a evolução e mudanças desenvolvidas nos diferentes arcos dos milênios que atravessamos até aqui, nossa percepção de tempo mudou muito. Antes levava dias e até meses para chegar ao nosso destino final em uma viagem de média distância. Hoje, em poucas horas chegamos. Você se lembra que antes para mandar uma mensagem pra alguém só era possível por carta e que você teria que esperar semanas e até meses para obter uma resposta? Você se lembra que antes do desenvolvimento da ciência e medicina moderna, muitos de nós padecia por gripe ou por não ser possível receber uma cirurgia? Pois é, muito mudou desde nossos primeiros dias aqui na Terra. Mas é claro que com os avanços também enfrentamos dificuldades, e então, novos problemas surgem afim de continuarmos melhorando e evoluindo.
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Temos vivido grandes avanços tecnológicos e muito da nossa percepção de tempo tem sido modificada através das novas tecnologias, como o uso de smatphones. Inclusive, passamos a nos sentir cada vez mais ansiosos com a quantidade e velocidade das informação que recebemos. Temos nos tornado distraídos e com pouca capacidade de concentração. Pesquisas científicas recentes já demonstram dados alarmantes de como o uso das redes sociais influencia negativamente na nossa cognição, como já discutimos em outro artigo super relevante aqui. Outro ponto a ser considerado do nosso tempo histórico é o sistema Capitalista e seu formato atual, que pra mim, é totalmente irracional. Já falamos disso no artigo A ansiedade e a depressão como consequência do Capitalismo Irracional. Então, realmente ainda temos MUITO o que trabalhar como humanidade, isso é inegável e compreender isso, é uma das chaves para manter a chama do nosso coração acesa, caminhando ativos e vibrantes em nossas missões.
“Eu sou o templo do tempo. O tempo acontece em mim.
No meu rosto, na minha pele” ~ Flaira Ferro
Mas já que pudemos ver em larga escala tudo que caminhamos até aqui como humanidade e compreendemos que a mudança é uma constante, te convido agora à olhar para você e a sua história, o quanto você já caminhou até aqui? Tudo que você desenvolveu e aprendeu através dos erros e acertos da dualidade da vida aqui na Terra. Olhe para além das suas tristezas e culpas. Observe você e a sua história com amor nesse momento. É impressionante, não é mesmo? No seu arco de tempo dentre os milhares de arcos nessa contínua espiral milenar da vida. Olhe para além do futuro, esteja aqui agora, respira. Sente o seu corpo! Esteja aqui comigo. Estamos explorando juntos a nossa noção, percepção, ciência do tempo e a sua relação com a virtude da PACIÊNCIA.
“Adote o ritmo da natureza. O segredo dela é a paciência”. ~ Ralph Waldo Emerson
Gira o mundo, continua girando e sempre vai girar…
A vida na Terra é regida através dos ciclos da natureza e nós estamos profundamente conectados à esses ciclos e quanto mais observamos o fluxo natural do tempo e do nosso desenvolvimento pessoal e coletivo, somos capazes de perceber as nuances e os diferentes momentos que vivemos. Tal como por exemplo, as estações: o novo sempre nasce na primavera, amadurece no verão, têm seu declínio no outono e permite à morte-renascimento no inverno. Mas compreendemos também que com o aquecimento global, as estações não vêm se manifestando de forma tão precisa e distintas entre si, principalmente dependendo da região no planeta que você está, mas as características primordiais de cada estação se fazem presentes e nos convidam na dança no tempo à integração. Integrar significa unir – sem excluir – aquilo que somos, que fomos e que ainda viremos à ser com a compreensão de que nossa essência Eu Sou já é e já está em perfeita harmonia com o Todo. Mas o que frequentemente acontece é nos sentirmos separados da Vida, dos ciclos da natureza e dos nossos próprios ciclos. Frequentemente, isso pode nos gerar uma sensação de solidão ou de que falta algo, o que por sua vez, pode gerar um falso sentimento de desamparo e uma pressa avassaladora de resolver todos os seus problemas e os problemas da humanidade. Mas não é bem assim que a dança do tempo é ritmada…
O CULTIVO DA PACIÊNCIA
Assim como uma semente leva tempo para germinar, criar raízes, formar um caule, dar folhas, flores e frutos assim também é nossa vida e nossos processos de cura. Se tentamos apressar as etapas, podemos acabar por não colher os frutos desse plantio. Pois é justamente nos intervalos entre as etapas que a sabedoria conta os seus segredos àqueles que tem a paciência de esperar para ouvir.
Por quê a pressa? Já que o chamado despertar acontece à todo momento. Se apresenta em variadas formas e sentimentos. À cada despertar, à cada novo insight e compreensão, um novo mistério nasce. Cada vez isso têm me aparecido como uma das grandes belezas de estar aqui na Terra. Mas no dia-a-dia, na arena do cotidiano, como é que isso nos toca e sensibiliza? Será que não nos restringimos ao ritmo acelerado da nossa rotina hiper conectada e hiper ativa? Talvez seja isso também que gere a irritabilidade, que pode ser visto como um nível de sensibilidade e ansiedade tão forte que tudo é capaz de nos irritar e nos tirar do nosso eixo, o que com o passar do tempo pode inclusive gerar doenças psicossomáticas, como alergias, gastrite e tantos outros problemas interpessoais. Mas será que quando estamos conversando com uma pessoa ou estamos em alguma situação, somos capazes de frear a pressa dos nossos pensamentos e desejos? Será que realmente conseguimos estar presentes nas situações corriqueiras do cotidiano? Será que conseguimos ser pacientes com nós mesmos e com a vida?
Essas são indagações que há muito venho me fazendo, desde que iniciei meus estudos espirituais e muitos desses, compartilhados com vocês aqui no Grande Jardim, eu nunca encontrei nada mais eficiente do que a Presença, esta sendo como o terreno fértil e fundamental para o cultivo da paciência e de toda e qualquer outra virtude. A paciência fala de saber aguardar em paz. É sobre perseverar mesmo em meio à incertezas. Para cultivar a paciência, temos a meditação como uma forte aliada, pois tem o potencial de nos colocar ali, presentes, observantes. Assim como a meditação, há outras práticas que você pode utilizar como chaves no desenvolvimento da presença e da paciência, tais como práticas corporais como esportes, caminhada, dança, massagem, yoga. Como também trabalhar o seu foco e sentidos ao comer, ao falar, ao sentir um cheiro, ao ouvir o outro, a ouvir os pássaros cantar. Enfim, as possibilidades de cultivo são infinitas, basta você se tornar consciente que existe um ritmo natural e se conectar com o agora e, principalmente, com a consciência serena de que tudo flui em um ritmo próprio. Até através da sua respiração, você pode cultivar a sua presença, e por consequência, a paciência de dançar com o ritmo do tempo. Aplique essa noção também à você, aos seus projetos e sonhos, apreciando cada passo, cada momento. Faça isso e observe lindas transformações acontecendo em você e na sua vida. Caminhe sem pressa de chegar, pois a felicidade já é o caminho.
Quando nos fazemos presentes, deixamos de lado nossas falsas urgências e nos tornamos capazes de desfrutar o agora. É ir além do nosso acompanhamento mental das situações e das repostas automáticas que estamos condicionados a dar. É cultivar o agir ao invés do reagir. É se abrir para sentir a vida que te rodeia, a vida que pulsa dentro de você e em todos os seres. É estar consciente em suas relações com as pessoas e com o mundo. É reconhecer que tudo têm o seu tempo e quando somos capazes de observar, somos também capazes de captar as orientações e ensinamentos que a vida vêm compartilhar. Cultivando a paciência, podemos ir para além de nossa ansiedade e viver uma experiência mais profunda como seres humanos aqui na Terra, conscientes que haverão dias luminosos e sombrios na nossa jornada, o tempo algumas vezes pode fechar, mas o Sol está aqui, brilhando para além das nuvens. Brilhando para além da mente. Radiando e nutrindo o nosso coração, orientando nossas ações, plantios e colheitas.
A ciência da paz, essa virtude maravilhosa que acima de tudo, nos ensina a humildade de viver e aprender nesse maravilhoso planeta também nos convida à apreciar tudo que já está aqui agora e toda nossa jornada! Contemplar e agradecer. Observar o que precisa ainda ser melhorado, arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto com o fluxo natural em prol disso.
Sou grata muito grata por estar aqui. Grata à cada um de vocês que leem, comentam e compartilham as sementes desse blog. Nos amo! Vamos juntos ❤
Artigo por YanRam com muito amor para O Grande Jardim.
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