O Poder Curativo do Perdão

Todos nós, durante a nossa vida, desde o momento de nossa concepção no ventre materno, sofremos influências de acontecimentos que nos marcam mais ou menos profundamente: traumas, mágoas, etc. Muitas vezes não percebemos sua influência em nossa vida, pois são conteúdos que ao longo do tempo permanecem em nosso subconsciente e por isso mesmo, podemos ter dificuldade de identificá-los, combatê-los e principalmente, curá-los. Dentre tudo o que nos bloqueia, uma das coisas mais frequentes é a mágoa para com os irmãos, para consigo mesmo e até para com Deus.

Trazendo isso para uma perspectiva individual e coletiva, vamos lembrar de como atualmente vivemos em um mundo globalizado que sempre tem alguma crise no horizonte, seja ela uma possível recessão global, guerra, COVID, climas políticos cada vez mais polarizados, enfim… Parece que estamos mais em desacordo com nossos semelhantes do que nunca. A mídia social tornou ainda mais fácil para amigos, parentes e estranhos nos ofenderem. Mas e se guardar rancor estiver impedindo você de encontrar a verdadeira paz e felicidade? Dizem que “o ressentimento é como beber veneno e esperar que a pessoa morra ”. Se o ressentimento é um veneno, talvez o perdão seja o antídoto.

Para ilustrar bem o que estamos falando, vamos usar um exemplo de perdão público de nossos tempos que chocou a sociedade, mas que tem muito a nos ensinar. O congressista da Geórgia, John Lewis, é um ativista dos direitos civis afro-americano que sofreu uma opressão indescritível no sul americano racialmente dividido da década de 1960. Cerca de 30 anos depois de ter sofrido uma surra severa por defender a solidariedade pela igualdade racial, ele escreveu um (agora famoso) artigo de opinião para  o The New York Times após a morte de um de seus perseguidores políticos mais declarados.

No artigo, Lewis surpreendeu à todos quando ofereceu palavras não de ódio contra o homem, mas de alívio e perdão de bom coração.

Caso você não esteja familiarizado com esse detalhe específico da história americana, o ex-governador do Alabama, George Wallace, foi considerado por muitos como uma das vozes mais firmemente segregacionistas da época. Mas em vez de envergonhar o legado de Wallace em um dos jornais de maior circulação do mundo, Lewis (que cresceu assistindo Wallace promover a divisão entre negros e brancos no cenário nacional), perdoou aberta e publicamente seu ex-arquirrival para grande surpresa do povo americano. Lewis destacou a incrível transformação que observou em Wallace depois de finalmente conhecê-lo pessoalmente pela primeira vez em 1979. Lewis escreveu sobre como Wallace havia mudado e agora buscava perdão por tudo o que havia prejudicado, expressando profunda tristeza e remorso pelo que havia feito.

Lewis se lembra de ter sentido um profundo sentimento de empatia por Wallace em seu estado de humilde remorso, levando-o a perdoar Wallace ali mesmo. A beleza dessa troca e como ela amoleceu o coração de ambos os homens, abrindo a porta para a verdadeira reconciliação, é capturada nesta simples frase escrita por Lewis:

Quando conheci George Wallace, tive que perdoá-lo, porque fazer o contrário? Odiá-lo? Apenas perpetuaria o sistema maligno que procuramos destruir.”

John Lewis para o New York Times.

O perdão promove a reconciliação e a paz

Depois disso, não importava mais todas as coisas horríveis que Wallace havia feito durante seu mandato político para lutar contra os direitos civis; pelo menos não em termos do legado que ele deixaria na mente de Lewis. Isso porque Lewis, como admitiu abertamente em seu artigo, reconheceu no fundo do coração que todo ser humano tem a capacidade de mudar para melhor.

E mais importante, que a graça e o perdão são os motores mais poderosos dessa mudança. Não só naqueles a quem são concedidos, mas também na pessoa que os concede.

Esta é a essência do perdão: estender a graça aos outros e deixar de lado as maneiras pelas quais eles o prejudicaram, a fim de promover a reconciliação e a paz.

No caso de Lewis, o perdão talvez tenha vindo muito mais fácil porque Wallace não era mais o que era antes, pois havia aberto olhos para o fato de que seus erros anteriores precisavam ser corrigidos. Mas mesmo que Wallace não tivesse passado por essa dramática mudança de vida, o perdão ainda seria do interesse de Lewis. Não apenas por causa de sua consciência, mas também por sua própria paz de espírito.

O perdão é a mais pura expressão do amor, pois é a compreensão de que cada ser age conforme à consciência que possui naquele dado momento e de que todos possuímos as falhas e imperfeições, mas que também estamos em eterno aprendizado e desenvolvimento. Perdoar é libertar o seu ser e o outro. É aprender e deixar o outro livre para aprender também.

Guardar rancor corrói você

O perdão é uma via de mão dupla. Tem o poder de curar tanto o perdoador quanto o perdoado, e isso é algo que muitos de nós muitas vezes esquecemos. Guardar rancores e reprimir emoções negativas que vêm de ressentimentos do passado só piora a situação para aquele que foi ferido em primeiro lugar, e no final, isso te corrói emocional e fisicamente. Sabemos que o corpo físico é totalmente influenciado por nossa psique, nossa saúde é integral e envolve todas as partes do nosso ser constituído. O rancor e a mágoa pode desencadear diversas doenças psicossomáticas e influenciar negativamente a forma como interagimos com o mundo e com a própria vida.

Para encontrar a libertação e superar as feridas do passado, é absolutamente vital aprender a perdoar aqueles que o prejudicaram e deixá-lo ir. A Bíblia descreve esse processo como “oferecer a outra face”, que envolve não apenas tratar os outros como você gostaria de ser tratado (mesmo quando eles o tratam de maneira injusta), mas também reconhecer que todos nós somos imperfeitos e precisamos de perdão.

Na prática, é agir em amor e desapego. Seja deixando de lado a raiva, o ressentimento, a amargura ou um sentimento de necessidade de “se vingar” de alguém por magoá-lo ou traí-lo. Quando você deixa de perdoar, acaba se machucando mais do que a pessoa que te machucou. Mas quando você aceita o perdão, você libera toda a dor, angústia e bagagem que, se não forem curadas, interferem em seu bem-estar emocional, espiritual e físico.

O perdão sana as feridas do coração

Vemos ainda hoje tantos corações endurecidos e amargurados nesse mundo e se formos listar aqui todas as reverberações disso em nível coletivo e individual este artigo não teria fim. Mas percebe como uma emoção leva à outra? Como somos influenciados diretamente pelo o nosso coração? Da mágoa e do ressentimento surge o medo, a aflição, a raiva, etc. Agora imagine suas emoções como uma esfera de energia, crescendo e expandindo, tocando a forma que você vê e lida com a vida.

Agora eu te pergunto, te surpreende ainda haver tantas guerras e conflitos nas relações humanas? rs. Será que algo seria diferente se houvesse mais perdão na sociedade? Por esse belo exemplo que trouxemos de John Lewis, eu acredito que sim.

Mas o perdão é um ato deliberado da nossa vontade – é só se quisermos.

Temos de decidir, tomar essa decisão para perdoar as pessoas que nos ofenderam, as que nos maltrataram, as que nos magoaram, as que nos injustiçaram, que nos roubaram. Perdoar está além do nosso sentimento, está além de nossas suscetibilidades. E talvez seja essa uma das razões do porque perdoar possa ser tão difícil as vezes, pois para tal, precisamos aceitar nossas vulnerabilidades, nossos medos e fragilidades. É preciso abrir o coração. Como já dizia Bob Marley, “ser vulnerável é a única maneira de permitir que seu coração sinta a verdadeira alegria“, e abrir o coração na jornada espiritual, muitas vezes significa também quebrá-lo, ou seja, permitir ser atravessado pela dor, aprender com ela e transformá-la em amor e perdão.

É na abertura do coração ao amor e ao perdão que somos agraciados com uma vida de paz e felicidade verdadeira, pois agora já não nos pesam mais as feridas, agora já aprendemos a ter compaixão e humildade.

Mesmo que você não consiga esquecer, aprenda a perdoar

O velho ditado “perdoe e esqueça” soa bem, mas vamos encarar: esquecer nem sempre é viável. Traumas emocionais e físicos graves podem causar danos duradouros. Tanto que esquecer verdadeiramente que eles aconteceram às vezes é uma impossibilidade. Perdoar aquela pessoa que te feriu também não significa necessariamente uma reaproximação.

Mas a parte do perdão é sempre  possível e é a única maneira de finalmente liberar a dor e a opressão causadas por aquela ofensa “imperdoável”. Lembre-se: não se trata de  justificar o mau comportamento de outra pessoa contra você, mas sim  liberar  toda a energia negativa que ela enviou para você, a fim de que você encontre a paz. Isso, por sua vez, ajudará seus outros relacionamentos, promoverá o seu bem-estar espiritual e psicológico, reduzirá o estresse e a pressão sanguínea, aumentará sua imunidade e ajudará a trazer alegria e felicidade duradouras à sua vida.

Algumas dicas úteis para aprender a perdoar:

  • Reflita sobre suas próprias falhas e pense em situações em que você precisou do perdão de outra pessoa. Fazer isso o ajudará a ter empatia por outra pessoa que pode precisar do seu perdão.
  • Considere o valor imensurável e o poder do perdão, tanto para você quanto para os outros.
  • Pare de pensar em si mesmo como uma vítima e comece a assumir uma postura moral elevada em todas as situações em que se sentir ofendido ou prejudicado. Fazer isso ajudará a liberar o controle opressivo que a ofensa de outra pessoa exerce sobre sua vida.
  • Escolha ativamente perdoar para perpetuar uma cultura de reconciliação, cura e paz. Ahh como nosso mundo precisa dessas coisas, não é?

Em uma nota final e importante…

Frequentemente, os “rancores” mais prejudiciais que guardamos são contra membros de nossa própria família e amigos do passado, cujas transgressões contra nós anos ou décadas atrás são ainda mais dolorosas porque eram pessoas em quem confiamos.

E muitas vezes essa raiva e angústia prejudiciais estão enterradas tão profundamente que não percebemos o quanto isso está nos prejudicando. Isto é, até que conscientemente “olhemos nos olhos” do nosso coração, reconheçamos a raiz do sofrimento e decidamos deixar ir e perdoar.

~*~

Artigo elaborado por YanRam para O Grande Jardim.

Fontes: The New York Times; Wake Up World; Aprendizados pessoais e estudo do livro “Na força do Amor e do Perdão” de Maria Gabriela Oliveira Alves, editora Palavra & Prece.

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Símbolos: Estrela de cinco pontas ou Pentagrama

Esse é um estudo sobre a simbologia das Estrela de 5 pontas (pentagrama) – uma estrela de cinco pontas envolta em círculo – eu venho pesquisando e estudando esse símbolo há algum tempo e olha, até hoje, esse foi um dos símbolos mais difíceis de se estudar porque há pouco material de qualidade referente, mas eu senti muito forte nos meus processos de aprofundar a minha compreensão sobre sua simbologia misteriosa e tão antiga, pois o Pentagrama serve à humanidade em nosso caminho evolutivo desde os primórdios dos tempos, sendo encontrado aqui na Terra desde a Idade da Pedra. O símbolo da Estrela é muito presente, mas a Estrela de seis pontas também, o Selo de Davi ou Hexagrama que é de uma simbologia e estudo interessantíssimo, mas hoje vamos nos ater na compreensão da Estrela de 5 pontas, o pentagrama.

Nossa relação com as estrelas é muito antiga, sempre olhamos para o céu e contemplamos sua existência, refletindo sobre seus movimentos celestes e há eras estudamos as estrelas com a astrologia e astronomia e até hoje, a Estrela é um forte símbolo presente na consciência e por isso, encontramos o pentagrama em diversas religiões e culturas ao redor do mundo, sendo ainda hoje um símbolo muito utilizado na arte, arquitetura, etc.

Mas há muita informação confusa e errônea à respeito do pentagrama, sendo esse muitas vezes associado à espíritos malignos e a forças das trevas, o que nada tem a ver realmente com este símbolo e sua atuação energética, já que aqui falamos do pentagrama com sua ponta apontada para cima. Esse símbolo é facilmente associado aos celtas e druídas e ao culto à Natureza – para eles, o pentagrama representa os cinco elementos básicos da vida – ou seja, água, ar, fogo, terra e espírito. O círculo em torno da figura da estrela simboliza o universo, que não apenas contém os elementos, mas também os conecta. Para Pitágoras e Hermes Trimegistro, o pentagrama era o símbolo do himeneu celeste: a fusão da alma com o Espírito. Ele atribuía ao número cinco o nome de “número do homem no microcosmo”, pois como o corpo físico do homem tem cinco extremidades distintas e importantes – duas pernas, dois braços e uma cabeça (consciência), dos quais o último governa o primeiro de quatro – o número 5 foi aceito como o símbolo universal do homem.

O homem como microcosmos

Na Medicina Tradicional Chinesa, o pentagrama é visto na representação dos 5 Movimentos, sendo estes decorrentes dos 5 elementos (água, madeira, fogo, terra e metal), todos compondo os movimentos da natureza e do homem, por isso também esse símbolo é usado como sistema de cura nas medicinas orientais, já que quando os movimentos e elementos fluem harmonicamente, homem desfruta de boa saúde, caso contrário, há desarmonia e doenças. Essa compreensão também é aplicada às virtudes, quando bem equilibradas, o homem desfruta de sabedoria.

Bondade estabiliza pensamento. Sinceridade estabiliza conhecimento, Sabedoria estabiliza sensação/sentimento, Polidez estabiliza ação/reação, Justiça estabiliza visão/forma.

Observe como os Elementos são associados à Virtudes e eles compõe o pentagrama. Eu particularmente acho incrível associar os elementos às virtudes, e de como cada ponta da estrela representa uma força condutora para nossa evolução. Mas a representação do símbolo da Estrela de cinco pontas não para por aí! Poucos sabem, mas a estrela de cinco pontas também aparece simbolicamente entre os cristãos. Entre os primeiros fiéis, o pentagrama representava Cristo, a designação do alfa e do ômega, do começo e do fim e os alquimistas medievais compreendiam a estrela de cinco pontas como sinal da “quinta essentia”, o quinto elemento, o éter-fogo, ou ainda o Espírito Santo – o espírito cuja a essência é fogo, o fogo do Espírito Santos de Deus, ou seja, a essência divina.

A Luz do Divino Espírito Santo é Dourada, sendo a força do ensinamento mestre

O pentagrama também simboliza o céu da alma, sendo para o rosacruz o símbolo do novo homem, o homem verdadeiro. A doutrina universal ensina que existem duas almas no homem: a alma natural, cujo desenvolvimento resulta em um ser que pretende o domínio universal, e uma alma original, latente, no centro do ser humano, que suspira por libertação. Cada uma delas possui seus ritmos e suas próprias leis. Mas a nova alma somente pode nascer quando o eu, que se arroga a supremacia, se retira para segundo plano. É um longo processo no decorrer do qual a alma natural passa por profundas mudanças. É “o caminho que, através de espinhos, conduz às estrelas” (per aspera ad astra).

Foi a Estrela de Belém que guiou os Reis Magos até o local de nascimento do mestre Jesus Cristo e também é associada à estrela de cinco pontas. E por que é feita essa associação? Porque o nascimento da nova alma está relacionado com a festa do Natal que tem como etimologia variação do verbo latim Natalis, sendo este derivado do verbo “nascor” que significa “nascer”. Outro símbolo interessante do Natal (nascimento de Cristo) é a Árvore de Natal, uma espécie de pinheiro em espiral ascendente que no topo, recebe a estrela de cinco pontas envolta em um círculo, como uma representação da evolução da consciência rumo ao divino espírito. Assim como Jesus Cristo nasceu, o novo homem nasceu com ele e essa Luz desce no coração humano para purificar e restaurar o conjunto do sistema: o microcosmo e a personalidade que nele habita. O Pentagrama é por tanto, o símbolo do nascimento da nova consciência, de sua ascensão e evolução.

Podemos meditar sob a luz da Divina Estrela de cinco pontas e receber sua influência de cura, purificação e harmonização, mas essa nova consciência só pode nascer em nós se assim permitirmos, se abrimos mão de nossos egoísmos, nosso eu que visa apenas nossos próprios desejos e aspirações pessoais em benefício próprio, sem levar em consideração o que nos ensinam as virtudes, mais nos distanciamos do que de fato viemos fazer aqui. Mas claro que é importante também ter sonhos e aspirações pessoais, mas ao empreendê-los, lembre-se que atalhos não existem. O caminho do meio é reto e se dá através do amor, da justiça e da verdade.

Assim, é chegado o momento em que o coração, cansado de lutar e resistir, reconhece a mão que lhe estende o Amor divino e ousa segurá-La. Como em diversos Evangelhos é dito: chega até ele uma resposta, por meio do Espírito Santo. Em outras palavras, é experimentado o toque do campo de força purificador, renovador e curador. Permita-se ancorar seu pilar de Fé e caminha teus dias com a certeza do bom caminho que escolhestes, pois o Espírito representa ao mesmo tempo uma missão e uma graça.

A Luz sempre nasce na alma, em uma alma quíntupla, à imagem do pentagrama.

~*~

Ahoo!! Que simbologia luminosa! Agora vou compartilho com vocês a Meditação Guiada ESTRELA DE LUZ que tem como foco a Cura e Harmonização dos 7 Corpos através dos Raios de Luz sob a Estrela de 5 pontas.

Artigo por YanRam para O Grande Jardim.

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Relógio Cósmico e o Ritmo Biológico do Corpo

Como o relógio biológico natural cósmico pode melhorar o humor, o sono, a memória, as glândulas, os chakras, a expansão de consciência e percepção sutil?

“Um movimento e uma pausa”, está é a pulsação do universo, do nosso coração e da própria vida. O segredo da saúde, da harmonia é o processo invariável da continuidade do que é eterno. Abrir e fechar, contrair e relaxar, agir e descansar, concentrar e dispersar.

Já reparou que todas as religiões antigas têm normas e horários alimentares? Como nada é por acaso, esse é o estudo que parte do relógio biológico natural – e aqui partimos da compreensão que assim como não se percebe o movimento da terra e dos astros, também não percebemos o movimento constante dos órgãos no corpo. As células do corpo renascem a cada instante e a energia vital não pára de fluir pelo organismo. Assim como há um relógio cósmico no Universo (dia x noite), os cronobiologistas estudam de que maneira a sincronia do relógio biológico humano com hábitos regulares, ou não, como: descanso, trabalho, sono, horário das refeições, lazer, quando não são respeitados afetam o organismo e levam às disfunções.

Pois bem, a criação do corpo do homem foi tão perfeita, que dependendo da hora do dia, o corpo produz substâncias químicas que melhoram o humor, a atenção, o desejo sexual e o sono. Se acaso, o homem se sintoniza com esse ritmo natural próprio, com esse fluxo cósmico do organismo, gerará maior energia e por consequência, maior disposição física, mental, emocional e espiritual para todas as tarefas que deseje realizar. Sua energia irá potencializar e o seu dia-a-dia é mais fluído.

Os pesquisadores já descobriram que o relógio biológico é controlado pelo cérebro. O cérebro funciona como uma fábrica com horários e turnos: onde as proteínas são os ponteiros das horas; os carboidratos são os ponteiros dos minutos (porque queimam mais rapidamente) e o ponteiro dos segundos são as fibras (porque são os limpadores). Aqui está a chave do porquê precisamos parar de correr tanto e parar de exaurir todos os nossos sistemas biológicos. Ou o ser humano pára e entra no fluxo da corrente cósmica ou se aniquila. Assim como submetemos a natureza à um ciclo alheio ao seu próprio, exaurindo os recursos do planeta, também nos submetemos à um ciclo sem sincronia desgastando a nós mesmos.

Mas caso você queira se conectar com o relógio natural biológico e transformar a disposição de energia no seu corpo e consequentemente, na sua vida, neste artigo vou compartilhar com vocês caminhos para reprogramar seus horários e hábitos. Se este não é o seu caso, tudo bem, mas saiba que os seus horários podem se tornar muito prejudiciais aos ritmos do seu corpo mágico-cósmico! Isso já é o que acontece em todo o planeta e tem uma consequência popularmente conhecida como estresse. Por isso, é devido que na correria dos dias modernos, você ter um tempo para ouvir o seu corpo e reverenciá-lo.

O corpo fala

Habitue-se a perguntar ao seu corpo se ele quer se exercitar, correr ou ficar quieto. Não ignore a resposta, assim seu corpo pode lhe recompensar com uma orientação específica, que por fim, resultará em energia vital e força. Experimente! Esse exercício pode ser feito por qualquer pessoa.

Podemos exemplificar, na prática, como o ritmo do corpo está em simbiose com o ritmo cósmico e são essenciais para a manutenção da nossa saúde, sem precisarmos recorrer ao uso de tantos medicamentos. Por exemplo, se você dorme mal, está impedindo o organismo de liberar o hormônio do crescimento, que é a substância essencial para renovar os tecidos e produzir novas células ósseas e glóbulos vermelhos. Tira a disposição, afeta o humor e os ossos. Os médicos e cientistas também têm orientado que ao se dormir regularmente, se está gerando saúde e a melhor hora para a liberação de melatonina é a noite. Assim, devemos dormir sem luzes, totalmente no escuro; nossa glândula pineal irá cumprir favoravelmente a sua função de fabricar o hormônio da melatonina, e a pituitária, o hormônio do crescimento.

Para confirmamos que o “corpo fala”, é só darmos uma olhada na energia vital e na disposição dos trabalhadores de todas as profissões que têm como turno o período da noite. E aqui fica um alerta: estas pessoas devem redobrar os cuidados com os seus sistemas glandulares, com a alimentação e exercícios – essa troca do dia pela noite é algo não natural para o corpo, e o corpo que nunca irá se acostumar à esse ritmo.

Sintonizando os Ritmos do Corpo com os Ritmos Cósmicos

Quando não respeitamos os ritmos do relógio cósmico biológico, alteramos também o nosso cérebro direito, que por sua vez vai desacelerar o processo de expansão e crescimento do nosso ser integralmente.

Reprogramando os horários e hábitos

O DESPERTAR: entre 07h e 8h

• A partir das 06h, o corpo produz cortisol, o hormônio que faz acordar. Entre 07h e 08h, a taxa desse hormônio atinge a concentração máxima. É o melhor horário para acordar.

• Por volta das 09h o corpo começa a produzir endorfinas (analgésicos naturais) que produzem um sono pesado e se você acorda à essa hora você pode sentir o esse rastro expresso em dor de cabeça ou mau humor ao acordar. Por isso, pule da cama até as oito horas diariamente.

• Segundo os pesquisadores, é melhor pular da cama antes das 09h, para não ganhar peso (há grande produção de cetonas), e não desregular seu relógio biológico.

• Mas se você acordar entre as 04h e 06h para meditar e/ou criar, é excelente, pois o ar está carregado de energia vital.

Atenção: se você chegar da balada às 04hrs, levante as 08hrs e retorne à dormir as 13h para não desregular o seu sistema. É benéfico e explicado cientificamente.

O PRAZER – entre 09h e 10h

• A hora é propícia para o ato amoroso, nesta a hora a taxa de serotonina (neurotransmissor ligado ao prazer) está no seu ápice. Neste horário geralmente estamos trabalhando, mas o corpo está cheio de substâncias que favorecem o prazer.

• Como as endorfinas (analgésicos naturais) estão em alta, é uma hora excelente para ir ao dentista rs, mas também exercer alguma atividade que te faça bem.

O TRABALHO – entre 10h e 12h

• O estado de vigília atinge o seu ápice, e a memória está rápida e prática, está mais ativa. O corpo está mais apto. Depois que as endorfinas desaparecem, após as 10h, o organismo atinge sua velocidade ideal.

• Entre 10h e 12h é um momento para refletir, encontrar inspiração, criar, resolver situações.

O DESCANSO – entre 13h e 14h

• Nesta hora ocorre a “moleza” depois do almoço. Sua origem pode estar na digestão ou na queda de adrenalina, o que desacelera o ritmo cardíaco. Para retomar a disposição, pode-se fazer uma sesta de 20 minutos. Inclusive essa é uma prática muito comum em vários lugares do mundo. Até empresas também já estão investindo em espaços para sesta, pois quando o funcionário descansa e retorna, o pique de produção é aumentado e os acidentes de trabalho diminuem já que não há sonolência.

• Caso a sonolência seja da digestão, é necessário planejar melhor a combinação dos alimentos e evitar ingerir líquidos com as refeições. É recomendado comer moderadamente.

O MOVIMENTO – entre 15h e 16h

• No meio da tarde a força física está no seu apogeu, é um bom horário para atividades mais braçais ou que requeiram maior esforço físico. Também é um bom horário para esportes e academia.

• Nesta hora, a capacidade intelectual diminui, mas os cronobiologistas ainda não têm explicação para essa “baixa”, mas as pesquisas continuam.

O RUSH – entre 18h e 19h

• A atividade intelectual se refaz e o estado de vigília atinge um novo pico. É um ótimo horário para as crianças fazerem seu dever de casa e para os adultos criarem, como por exemplo, estudar e escrever.

• Como é um horário mais agitado também com a saída do trabalho e o trânsito nas cidades, você pode buscar tranquilizar a sua mente e relaxar ouvindo uma boa música no fone de ouvido enquanto faz seu caminho de volta para casa.

O PILEQUE – entre 20h e 21h

• As enzimas do fígado estão menos ativas, caso neste horário se ingira bebidas alcóolicas, se fica bêbado mais rápido.

• É um bom horário para ir encerrando as atividades e tarefas para então se preparar para o sono reparador.

O SONO – a partir das 20h

• A melatonina (hormônio do sono) começa a invadir o corpo a partir das 18h. É um excelente imunoestimulante e as 20h é o primeiro momento ideal para dormir, pois o corpo já está se preparando para a regeneração.

• É indicado que se apague todas as luzes, pois a glândula pineal trabalha melhor no escuro e assim, acorda-se refeito, com bom humor e com o corpo totalmente regenerado.

A RENEGERAÇÃO – entre 22h e 1h

• Nesta hora do sono, ocorre o pico da produção do hormônio do crescimento – portanto é uma hora importantíssima para a revitalização e a saúde. O hormônio do crescimento contribui para a renovação das células e da recuperação física.

• Você sabia que 1h da manhã é o horário do fígado? Se estamos dormindo profundamente neste horário, temos um sono reparador, pois o fígado é quem “recolhe” a consciência (sangue) e regenera todos os sistemas. O fígado é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo, inclusive para os egípcios é considerado um órgão sagrado assim como para as medicinas orientais.

• Caso você durma após a 1h, o corpo terá mais dificuldades para adentrar o estado profundo do sono e podemos experienciar sonhos bem agitados e ao acordar (independente do horário) temos a tendência de nos sentirmos bem cansados, como senão tivéssemos descansado o suficiente.

Esse estudo prático é maravilhoso! Eu tenho sintonizado meus horários há alguns meses e descoberto que fluir com as tarefas no meu dia-a-dia pode ser algo leve e prazeroso. Tem me feito um bem enorme, por isso venho e compartilho com vocês, para que mais pessoas se beneficiem.

Agora que você tem posse dessas informações científicas, esforce-se pelo menos quatro dias da semana para respeitar o ritmo do relógio cósmico natural, e assim, o seu corpo físico, seu corpo mental, seu corpo emocional e suas glândulas lhe ofertarão energia cósmica sutil e vital. É uma questão de disciplina, bom senso e conhecimento. Rejuvenesça mudando seus hábitos e sincronizando-os com o relógio cósmico que tudo permeia, inclusive o seu corpo.

Adaptado e retirado de estudo pessoal do Livro Mandala Holística, O Poder Cósmico Sutil no Universo por Maria da Glória Oliveira Santos. pg. 136 a 142.

Por YanRam para O Grande Jardim.

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‘Como acima, assim abaixo’: o que outras dimensões realmente significam?

Eu sei que os leitores do Grande Jardim geralmente são abertos à expansão da consciência e que possuem a curiosidade com apurado senso de investigação. Portanto, neste artigo vamos falar sobre as “outras” ou “superiores” dimensões sob as concepções do reino da ciência baseada no Observador e da ciência objetiva, levando em consideração também noções da física quântica.

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Palestrantes como Bernardo Kastrup discutiram em seu livro, “Why Materialism is Baloney” (tradução livre: “Porque o Materialismo é Bobagem”) e Menas Kafatos e Jay Kumar apresentaram conceitos convincentes para expandir os estudos sobre as dimensões. Para começar, o Dr. Kafatos comparou os aspectos essenciais de uma nova ciência baseada no observador com a nossa ciência atual, a ciência objetiva.

Vale lembrar que inúmeras religiões e sistemas de crenças também creem em outras dimensões da existência, inclusive aqui no Jardim tem estudos interessantíssimos sobre, como: Axis Mundi: O Grande Eixo entre as Dimensões. Esse conceito de outras dimensões ou dimensões superiores não é novo e inclusive é a base da Kabalah Judaica e tantas outras religiões como o Espiritismo e a Umbanda. Mas para além, como a ciência objetiva percebe e trata as “outras dimensões” e tantos outros temas? Montamos uma tabela comparativa entre a visão da ciência baseada no observador e a ciência objetiva com base nos estudos do Dr. Kumar e Dr. Kofatos, que segue:

Interessante observar essas noções quando colocados em paralelos, não é mesmo? Aqui também exemplificamos o que o Dr. Kumar demostra ser a fatia limitada das energias observáveis ​​e mensuráveis ​​que nossos sentidos e nossos instrumentos científicos fornecem:

O diagrama acima demonstra o espectrum total das ondas eletromagnéticas. A escala inicial se dá em objetos representativos que equivalem a escala do comprimento da onda. A opacidade atmosférica determina quais radiações impactam a superfície da Terra.

Então, como esquematizado no quadro acima podemos perceber que existem diversas dimensões e compreendemos também que as diferentes dimensões existem aqui na Terra, evolvem a Terra e estão para além dela, no Universo. Assim como a nossa dimensão da realidade é diferente quando comparada à dimensão de realidade da formiga, assim se dá entre as dimensões. Elas são inúmeras – porém tanto nós quanto as formigas somos atravessados por todas elas, estando nós conscientes disso ou não.

Outro cientista proeminente, Dr. Robert Lanza, propôs a teoria do biocentrismo para começar a explicar as limitações de nossa visão da realidade e expandi-la além de nossa estreita capacidade sensorial. Ao reconhecer essas tendências, somos levados à visão de que a própria consciência está e é tudo, por tanto, a consciência é central e necessária para qualquer perspectiva, científica real e viável, e geralmente isso leva à discussão de outras dimensões.

Escritores de ficção científica que desejam fazer viagens no tempo muitas vezes falam do Tempo como uma “quarta dimensão” e, claro, a teoria da relatividade de Einstein abordou a noção de “Espaço-Tempo” como uma função de uma curvatura em todo o espaço, e experimentos científicos confirmaram muitas das suas teorias.

(Vale a pena notar que a lendária série Twilight Zone se referia a uma quarta dimensão do “Tempo”. Eu adorava essa série quando criança rsrs)

Mas ao olharmos para o espaço, o que significaria outra dimensão? E podemos começar a conceituá-la de alguma forma significativa? A metáfora e analogia são aliadas na abordagem comum e no filme Flatland os  animadores fizeram um excelente paralelo que demonstra como nossa terceira dimensão (o eixo X em 3D) pode afetar os habitantes de um mundo limitado a apenas duas dimensões. Inclusive, esse filme está disponível na nossa sessão Documentários. Recomendadíssimo!

Já um místico e filósofo que é pouco conhecido e amplamente ignorado pela ciência dominante foi GI Gurdjieff. Muitos dos ensinamentos de Gurdjieff eram enigmáticos, mas ele aludia à capacidade de se conectar energicamente com inteligências superiores em outras dimensões, mudando alquimicamente o próprio ser – de modo a ser capaz de receber tais influências.

O que me fascinou na abordagem de Gurdjieff foi sua ressonância com ideias herméticas de níveis Cósmicos – o conceito de “Como acima, assim abaixo” – para começar, já descreve como a realidade se dá. Tudo que está dentro, está fora, assim como tudo que está acima, está abaixo. Então, podemos concluir que assim como aqui existe essa dimensão de experiência, acima também. Essa frase elucida e explica a possível existência de mundos infinitos – e aborda, por exemplo, a experiência inexplicável de olhar para as estrelas e não encontrar “fora” e de meditar o suficiente e não encontrar o limiar do “dentro”.

Isso me levou à descoberta da Teoria da Influência Celestial de Rodney Collin (link para download do PDF), que tenta fornecer mais detalhes de como a cosmologia de Gurdjieff pode se desdobrar. Collin foi aluno direto de PD Ouspensky, aluno de Gurdjieff, mas cujo clássico Em Busca do Milagroso é uma narrativa fiel de seu trabalho com o próprio Gurdjieff.

O trabalho de Collin também começa a colocar a própria humanidade na posição de ser capaz de discernir essas relações a partir de sua posição “mediana” e seu potencial para evoluir tanto intelectual quanto espiritualmente. Isso ressoa com o trabalho de Schwaller de Lubicz, um arqueólogo que sustentou que o Templo de Luxor era na verdade um modelo da fisionomia humana do humano supremo (Faraó) como o modelo para o desenvolvimento humano dentro da ciência sagrada do antigo Egito .

Em muitas eras e estudos, o corpo humano é considerado como o mais universal de todos os símbolos. Leia aqui: Simbologias no Corpo Humano – “Os Ensinamentos Secretos de todas as Eras” (1928)

Mas vamos ler agora um trecho que descreve brevemente a hierarquia da cosmologia de Collin:

Visto de outro ponto de vista, este “meio” é composto pelas seções dos mundos superiores. Já comparamos nosso Sistema Solar dentro de uma seção da Via Láctea com uma célula dentro de uma seção do corpo humano. A célula para a seção humana, e nosso Sol para a Via Láctea, são como pontos para planos. Assim, podemos dizer, como lei, que o meio no qual qualquer mundo vive, se move e tem seu ser para ele como um plano está para um ponto. A seção transversal do corpo humano é o plano no qual a célula se move; a superfície da Terra é o plano da Natureza em que o homem se move; a eclíptica do Sistema Solar é o plano em que a Terra se move; e o disco da Via Láctea é o plano no qual o Sol se move.

Teoria da Influência Celestial, pág. 32

Outra citação interessante:

“’Eternidade”, como usado neste livro, não se refere a uma extensão infinita de tempo, pois todo tempo é finito e limitado por “vidas”. Significa, como supunham os teólogos medievais, uma dimensão “fora do tempo”, formada pela repetição do próprio tempo. (página 36)

A Influência Celestial, nota de rodapé em pág. 36

O ponto saliente aqui que novamente ressoa com outros ensinamentos místicos é que nosso sistema solar tem seu próprio “ano” girando em torno do sistema estelar binário Sirius – entre nosso próprio ano solar e a revolução do sistema Sirius em torno da Via Láctea.

É claro que recentemente os astrônomos descobriram bilhões de novas galáxias e até encontraram aglomerados galácticos que parecem se mover em outros padrões revolucionários. Da perspectiva de Collin, no entanto, nossa capacidade de medir esses movimentos é análoga a uma célula do corpo humano ser capaz de discernir, potencialmente, a revolução da Terra em torno do Sol – é de uma escala incomensuravelmente maior, mas a relação (como acima então abaixo) pode ser aplicada.

E em cada nível, o cosmos superior seria acessível apenas da perspectiva de um “ponto”; que é da mais estreita das frequências, mas ainda com potencial para receber informações – se o receptor (humano ou instrumento) estiver sintonizado corretamente.

Como penetrar nesse tipo de ensino e potencialmente contatar e descrever mundos de outras escalas? E existem seres no cosmos com tal habilidade – seja física ou etérea?

Estas são as questões a serem seriamente abordadas por qualquer ciência que não tome como certa a objetividade da investigação humana. Leia também: As Teorias e os Estudos dos Mundos Paralelos

A existência de outros mundos, civilizações e dimensões sempre foi algo que aguçou a curiosidade humana e uma prova disso é o maravilhoso filme clássico de ficção científica que começou a arranhar a superfície dessa investigação no cinema, “O Incrível Homem que Encolheu”, de 1957, que contou com os lendários efeitos especiais de Ray Harryhousen. Separamos o finalzinho para você ver, se quiser, é só clicar aqui. Assistimos a estória de um homem que de alguma forma entrou no mundo “nano” e tem que lutar com criaturas que agora são muito maiores, como uma aranha e um gato, e que finalmente encolhe para onde pode experimentar o mundo como ele é. Esse homem então se percebe como Um com o Todo ao experienciar diferentes dimensões da realidade.

A nossa existência é um mistério que vem sendo desvelado ao longo das eras através da experiência humana e os campos de conhecimento, mas ainda há muito muito que não sabemos. Tantas outras questões que suponhamos. Pra mim, está muito claro a existência de diferentes dimensões e outros seres etéreos, tanto no Universo quanto aqui, na própria Terra, entre os reinos vegetal, elemental, animal, e porque não, espiritual e astral. Ahh, como sou feliz de estar aqui nesse planeta, vivendo e aprendendo.

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Tradução e adaptação por YanRam para O Grande Jardim.

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O caminho do Guerreiro Sagrado: onde o Herói e o Curador convergem

“É melhor ser um guerreiro em um jardim do que um jardineiro em uma guerra” ~ Parábola Zen

O jardim é uma metáfora para a interconexão de todas as coisas e o guerreiro e o curador são arquétipos da nossa consciência que se manifestam em nós e através de nós. Mas, a maioria dos guerreiros desconhece a interconexão da teia da vida e, por tanto, desconhece o jardim. Um guerreiro que desconhece o jardim é apenas um bruto – a coragem está ali, mas lhe carece a compaixão. Esse tipo de guerreiro é um tanto profano e isso se dê talvez por ignorância ou por algum tipo de repressão interior. Porém, mesmo desconhecendo o jardim, isso jamais os desconectará da grande teia da vida. Todos sempre estaremos ligados ao Todo, sabendo disso ou não.

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Guerreiros Sagrados, por outro lado, compreendem que o jardim é o mais importante. Eles sabem que o seu caminho no jardim começou com o nascimento, desenvolvimento em saúde, equilíbrio e disciplina, e também sabem que terminarão no jardim com a morte como adubo para novos ciclos de vida e saúde. Mas para esse guerreiro, o caminho é claro. É através do amor. O amor é uma espada do guerreiro; onde quer que corte, dá vida, não morte. É aí que o Herói e o Curador se convergem, no jardim da mortalidade.

O Jardim da Mortalidade

“Os guerreiros vivem com a morte ao seu lado, e por saberem que a morte é sua companhia, eles criam coragem para enfrentar qualquer coisa, pois o pior que pode nos acontecer é morrer, mas esse já é o nosso destino inalterável, por tanto, somos livres, já não temos mais nada a temer.” ~ Carlos Castaneda

Enquanto o herói reúne coragem e a força de compreender as cinzas da morte, o curador reúne a saúde e interconexão do adubo da morte. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado. O jardim da mortalidade é por tanto, a eterna dança entre a vida-morte-renascimento e os guerreiros sagrados conhecem bem essa dança, e a respeitam. Eles honram a mortalidade e prestam homenagem à finitude ao mesmo tempo que contemplam o Infinito. Caminham conscientes da morte, pois a morte os ensina a viver. Isso lhes dá perspectiva. Desatando os nós com um punhal de amor, eles aprendem a viver bem para eventualmente bem morrer. Sua mortalidade é auto realização. Aqui, o guerreiro está em paz com o fato de que vai morrer, e é justamente essa paz que transforma o medo em combustível de coragem.

O Jardim das Sombras

“Nossa imaginação voa – somos sua sombra na terra.” ~ Vladimir Nabokov

Onde o herói integra a sombra para transformar demônios em diamantes e o curador integra a sombra para transformar feridas em sabedoria. Ambos se unem para se tornar o Guerreiro Sagrado.

O jardim das sombras é a última encruzilhada existencial. Guerreiros sagrados o frequentam para descobrir o renascimento. É no jardim das sombras que o guerreiro egocêntrico comum morre, e o guerreiro sagrado nasce com uma perspectiva centrada na alma. O jardim das sombras é diferente para cada guerreiro, mas sempre está envolto à experiências e questões espirituais e existenciais.

Noites escuras da alma são predominantes. A morte do ego é comum. A aniquilação é onipresente. Após o casulo, a sombra se torna para sempre uma aliada do guerreiro sagrado. A morte e as trevas são honradas. A dor e sofrimento são integradas. Sombra e luz se confundem. Coragem e força combinam-se com compaixão e abertura do coração para criar a vulnerabilidade absoluta da Alta Graça.

O Jardim do Desapego

“Busque a liberdade e torne-se cativo de seus desejos. Busque a disciplina e encontre sua liberdade.” ~Frank Herbert

Onde o herói pratica o desapego para encorajar a disciplina e a tolerância, o curandeiro pratica o desapego para inspirar disciplina e mente aberta. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado.

O jardim do desapego é um pivô espiritual para um crescimento superior. Guerreiros sagrados aqui vem para aprender cultivo, perspicácia e responsabilidade. Aqui, a disciplina é mais importante e é o segredo do desapego. E o segredo da disciplina é a prática. Mais especificamente, a prática que vem de uma rotina saudável. Compreendendo que é preciso ceifar hábitos que não fazem mais sentido ou não estão mais alinhados com o seu caminho, remover as ervas daninhas que sugam sua energia, permitindo que seu jardim interior floresça.

Guerreiros sagrados inspiram disciplina na rotina de cultivo do jardim, e é essa rotina que cria um crescimento desvinculado de si mesmo, onde o resultado não é associado ao seu crescimento e auto valor. É um tipo de crescimento que personifica o jardim e não o ego. Dessa forma, não se torna egoísta ou arrogante. A auto preservação fica em segundo plano, dando espaço para a auto superação.

O Jardim do Serviço

“Estratégia é um processo mental no qual sua mente se eleva acima do campo de batalha. Você tem uma sensação de um propósito maior para sua vida, onde você quer estar no caminho, o que você decidiu realizar. Isso torna mais fácil decidir o que é realmente importante, quais batalhas evitar. Você é capaz de controlar suas emoções, de ver o mundo com um grau de desapego.” ~Robert Greene

Onde o herói se torna um com todas as coisas (Deus) para honrar a humanidade através da segurança e da liberdade, o curador se torna um com todas as coisas para curar a humanidade através do amor e do serviço. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado.

Armado com a Morte como uma bússola, a Sombra como uma aliada e o desapego como uma disciplina, o guerreiro sagrado descobre o propósito mais elevado do eu como jardim e do jardim como eu.

No jardim do serviço superior, os guerreiros sagrados têm a coragem de se fazer as perguntas difíceis: “Seu caminho tem coração?” “Você está vivendo sua melhor vida?” “Sua vida tem propósito e significado?” E então eles têm a audácia de reverter essas questões na humanidade.

Guerreiros sagrados lutam pela humanidade e curam a sociedade através do poder do amor incondicional. Eles são principalmente uma força da natureza (a personificação do próprio jardim). Eles refletem o jardim para a humanidade como um espelho, refletindo as qualidades curativas e implacáveis ​​do jardim. Eles são mecanismos de nivelamento social da mais alta importância, ensinando como a humanidade está doente enquanto também tentam protegê-la de outras doenças.

Seu serviço dá ao seu propósito uma clareza que atravessa todas as coisas. Suas mentes estão claras. Suas almas são afiadas. Seus corações são antifrágeis. Com o abismo atrás deles, o horizonte está bem em frente, aberto e expansivo. O amor deles é incondicional. Sua força é implacável. O curador rega as raízes do herói. O herói abre o terceiro olho do curador. Juntos eles permanecem, vigilantes em sua proteção vital do jardim.

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Ahooo ~~ ❤ Que a força do amor, da coragem e da verdade sejam nossos escudos e espadas nessa linda caminhada que é viver na Terra, nosso grande jardim.

Artigo por Gary Z McGee em @Fractal Enligment. Tradução de YanRam para O Grande Jardim.

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