Onde está a Psicologia nas Vertentes Orientais?

Para entendermos a psicologia no oriente é necessário compreender a filosofia oriental e, como dentro dela há várias ramificações, farei um recorte para a filosofia Taoísta que, ao contrário do pensamento que predomina o ocidente, vê o homem como um ser interpessoal. Portanto, Jung ressalta que o oriente não produziu uma psicologia relativa à nossa, e, sim, uma metafísica, na qual o termo espírito, para eles, refere-se para nós (ocidentais) “função psíquica”. Porém, vemos como espírito algo individual, que não faz parte de um espírito universal. Contudo, o ocidente deixou de ver o homem como microcosmo ao contrário do oriente. Sendo assim, complementa Silva (2007, p. 422)

“a medicina tradicional chinesa, em particular, a acupuntura, percebe o ser humano como uma unidade menor (microcosmo) dentro de uma unidade maior (macrocosmo), sendo um influenciado pelo outro, e vice-versa, no qual o primeiro faz parte incondicional do segundo e contribui para a evolução do todo.”

Ao introduzir alguns conceitos fundamentais da filosofia Taoísta, Doria et AL (2007), afirmam que o Qi (força vital) é uma energia universal sendo base para todas as coisas, tanto animadas como inanimadas, que circula nos organismos através dos meridianos. Nesta filosofia, o funcionamento do organismo, mente e corpo dependem do fluxo normal da energia Qi. Caso tenha excesso ou carência o organismo entra em desequilíbrio e adoece. Os mesmos autores mostram que, no taoísmo, o ser humano é composto por cinco elementos: Fogo, terra, metal, madeira, água. Sendo base para a criação de todo o universo e suas partes. Ao complementar, a autora Vectore diz que o Tao é a força divina que da a origem ao universo que se forma através das polaridades Yin e Yang que organizam o equilíbrio universal. Desta forma, a acupuntura, uma das principais práticas curativas da medicina tradicional chinesa (MTC), parte da filosofia oriental tanto na prática como teoria. Silva cita Faubert (1990, p.95) e explica que

“Segundo a tradição chinesa, o ser humano constitui uma só entidade energética, e não é suscetível de ser dividido. O psiquismo não pode, portanto, em caso algum, ser dissociado do físico: ambos representam manifestações diferentes da mesma energia, eles seguem as mesmas leis e estão em interdependência completa, como as duas faces da mesma folha do papel. No caso de perturbações, seja do psiquismo ou do organismo, não se poderia, em absoluto, tratar de um sem referência ao outro…”.

Logo, Vectore diz que a visão holística, adotada pela MTC, observa que as emoções e pensamentos modificam o Qi, ocorrendo o aumento ou paralisia do fluxo de energia pelo corpo. Por isso, mente e corpo influenciam uma na outra. Doria et al dizem que na MTC não se trata uma doença, e, sim, um padrão energético desarmônico/disfuncional que a causa. A saúde é o equilíbrio entre Yin e Yang, quando ambos entram em desequilíbrio ocorre o processo de adoecimento. Bastos verifica que o stress, na MTC, é um desequilíbrio energético do Qi e Dória et al complementa ao citar que a disfunção não se manifesta repentinamente, ela se desenvolve gradualmente a partir de experiências estressantes e na diminuição da imunidade, que resulta em um indivíduo doente.  Vectore (2005, p.271), parafraseando o Nei Ching “Não existe doenças, mas, sim, doentes”.

 Segundo Silva, na MTC, os desequilíbrios ou desarmonias podem ser observados em sinais físicos ou psíquicos, já que ambos fazem parte da mesma unidade. Para complementar, Silva et al dizem que a maioria dos distúrbios emocionais e psíquicos tem em sua base uma desarmonia entre as energias dos diversos órgãos do organismo relacionadas com os cinco elementos. Então, Vectore menciona que o diagnóstico na MTC tem função de reconhecer e corrigir padrões de desarmonia. Portanto, a cura ocorre quando o Qi se equilibra, e restabelece o fluxo correto de energia sendo acessados através dos meridianos por agulhas de acupuntura, por exemplo. Para concluir, Bastos ao dizer que a acupuntura, como MTC, considera o ser como holístico, ela tratará o paciente no campo físico, pelas agulhas, ao interferir diretamente no organismo e psiquismo.      

 Desta forma, conseguimos observar que a MTC, em específico, a acupuntura, baseada na filosofia Taoísta, observa o homem como um todo indivisível de corpo, mente e ambiente. Por isso, a psicologia nesta vertente, é tratada e observada como uma união interdependente das funções biológicas. Ao compreender um tratamento, como a acupuntura, por exemplo, tratará os órgãos e desarmonias emocionais reciprocamente, restaurando o equilíbrio do Qi e promovendo saúde para o indivíduo.  Portanto, a psicologia e medicina trabalham juntas nas vertentes orientais sem fragmentações ou exclusão de uma das partes.

Referências Bibliográficas

C. G. JUNG. Psicologia da Religião Ocidental e Oriental. 1969.

SILVA, Delvo Ferraz da. Psicologia e Acupuntura: Aspectos históricos, Políticos e teóricos. PSICOLOGIA CIEÊNCIA E PROFISSÃO. 2007.

DORIA, Marília conceição da Silva; LIPP, Marilda Emmanuel Novaes; SILVA, Delvo Ferraz da. O uso da acupuntura na sintomatologia do stress. PSICOLOGIA CIEÊNCIA E PROFISSÃO. 2012.

VECTORE, Celia. Psicologia e Acupuntura: Primeiras Aproximações. PSICOLOGIA CIEÊNCIA E PROFISSÃO. 2005.

BASTOS, Rodrigo Almeida. A sintomatologia do stress sob a ótica da Medicina Tradicional Chinesa. ABCS Health Sci. 2015

SILVA, André Luiz Picolli da. O tratamento da ansiedade por intermédio da acupuntura: Um estudo de caso.  PSICOLOGIA CIEÊN5CIA E PROFISSÃO. 2010.

Artigo de Pedro Alegria, Psicólogo. Compartilhado com O Grande Jardim.

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O Poder Curativo do Perdão

Todos nós, durante a nossa vida, desde o momento de nossa concepção no ventre materno, sofremos influências de acontecimentos que nos marcam mais ou menos profundamente: traumas, mágoas, etc. Muitas vezes não percebemos sua influência em nossa vida, pois são conteúdos que ao longo do tempo permanecem em nosso subconsciente e por isso mesmo, podemos ter dificuldade de identificá-los, combatê-los e principalmente, curá-los. Dentre tudo o que nos bloqueia, uma das coisas mais frequentes é a mágoa para com os irmãos, para consigo mesmo e até para com Deus.

Trazendo isso para uma perspectiva individual e coletiva, vamos lembrar de como atualmente vivemos em um mundo globalizado que sempre tem alguma crise no horizonte, seja ela uma possível recessão global, guerra, COVID, climas políticos cada vez mais polarizados, enfim… Parece que estamos mais em desacordo com nossos semelhantes do que nunca. A mídia social tornou ainda mais fácil para amigos, parentes e estranhos nos ofenderem. Mas e se guardar rancor estiver impedindo você de encontrar a verdadeira paz e felicidade? Dizem que “o ressentimento é como beber veneno e esperar que a pessoa morra ”. Se o ressentimento é um veneno, talvez o perdão seja o antídoto.

Para ilustrar bem o que estamos falando, vamos usar um exemplo de perdão público de nossos tempos que chocou a sociedade, mas que tem muito a nos ensinar. O congressista da Geórgia, John Lewis, é um ativista dos direitos civis afro-americano que sofreu uma opressão indescritível no sul americano racialmente dividido da década de 1960. Cerca de 30 anos depois de ter sofrido uma surra severa por defender a solidariedade pela igualdade racial, ele escreveu um (agora famoso) artigo de opinião para  o The New York Times após a morte de um de seus perseguidores políticos mais declarados.

No artigo, Lewis surpreendeu à todos quando ofereceu palavras não de ódio contra o homem, mas de alívio e perdão de bom coração.

Caso você não esteja familiarizado com esse detalhe específico da história americana, o ex-governador do Alabama, George Wallace, foi considerado por muitos como uma das vozes mais firmemente segregacionistas da época. Mas em vez de envergonhar o legado de Wallace em um dos jornais de maior circulação do mundo, Lewis (que cresceu assistindo Wallace promover a divisão entre negros e brancos no cenário nacional), perdoou aberta e publicamente seu ex-arquirrival para grande surpresa do povo americano. Lewis destacou a incrível transformação que observou em Wallace depois de finalmente conhecê-lo pessoalmente pela primeira vez em 1979. Lewis escreveu sobre como Wallace havia mudado e agora buscava perdão por tudo o que havia prejudicado, expressando profunda tristeza e remorso pelo que havia feito.

Lewis se lembra de ter sentido um profundo sentimento de empatia por Wallace em seu estado de humilde remorso, levando-o a perdoar Wallace ali mesmo. A beleza dessa troca e como ela amoleceu o coração de ambos os homens, abrindo a porta para a verdadeira reconciliação, é capturada nesta simples frase escrita por Lewis:

Quando conheci George Wallace, tive que perdoá-lo, porque fazer o contrário? Odiá-lo? Apenas perpetuaria o sistema maligno que procuramos destruir.”

John Lewis para o New York Times.

O perdão promove a reconciliação e a paz

Depois disso, não importava mais todas as coisas horríveis que Wallace havia feito durante seu mandato político para lutar contra os direitos civis; pelo menos não em termos do legado que ele deixaria na mente de Lewis. Isso porque Lewis, como admitiu abertamente em seu artigo, reconheceu no fundo do coração que todo ser humano tem a capacidade de mudar para melhor.

E mais importante, que a graça e o perdão são os motores mais poderosos dessa mudança. Não só naqueles a quem são concedidos, mas também na pessoa que os concede.

Esta é a essência do perdão: estender a graça aos outros e deixar de lado as maneiras pelas quais eles o prejudicaram, a fim de promover a reconciliação e a paz.

No caso de Lewis, o perdão talvez tenha vindo muito mais fácil porque Wallace não era mais o que era antes, pois havia aberto olhos para o fato de que seus erros anteriores precisavam ser corrigidos. Mas mesmo que Wallace não tivesse passado por essa dramática mudança de vida, o perdão ainda seria do interesse de Lewis. Não apenas por causa de sua consciência, mas também por sua própria paz de espírito.

O perdão é a mais pura expressão do amor, pois é a compreensão de que cada ser age conforme à consciência que possui naquele dado momento e de que todos possuímos as falhas e imperfeições, mas que também estamos em eterno aprendizado e desenvolvimento. Perdoar é libertar o seu ser e o outro. É aprender e deixar o outro livre para aprender também.

Guardar rancor corrói você

O perdão é uma via de mão dupla. Tem o poder de curar tanto o perdoador quanto o perdoado, e isso é algo que muitos de nós muitas vezes esquecemos. Guardar rancores e reprimir emoções negativas que vêm de ressentimentos do passado só piora a situação para aquele que foi ferido em primeiro lugar, e no final, isso te corrói emocional e fisicamente. Sabemos que o corpo físico é totalmente influenciado por nossa psique, nossa saúde é integral e envolve todas as partes do nosso ser constituído. O rancor e a mágoa pode desencadear diversas doenças psicossomáticas e influenciar negativamente a forma como interagimos com o mundo e com a própria vida.

Para encontrar a libertação e superar as feridas do passado, é absolutamente vital aprender a perdoar aqueles que o prejudicaram e deixá-lo ir. A Bíblia descreve esse processo como “oferecer a outra face”, que envolve não apenas tratar os outros como você gostaria de ser tratado (mesmo quando eles o tratam de maneira injusta), mas também reconhecer que todos nós somos imperfeitos e precisamos de perdão.

Na prática, é agir em amor e desapego. Seja deixando de lado a raiva, o ressentimento, a amargura ou um sentimento de necessidade de “se vingar” de alguém por magoá-lo ou traí-lo. Quando você deixa de perdoar, acaba se machucando mais do que a pessoa que te machucou. Mas quando você aceita o perdão, você libera toda a dor, angústia e bagagem que, se não forem curadas, interferem em seu bem-estar emocional, espiritual e físico.

O perdão sana as feridas do coração

Vemos ainda hoje tantos corações endurecidos e amargurados nesse mundo e se formos listar aqui todas as reverberações disso em nível coletivo e individual este artigo não teria fim. Mas percebe como uma emoção leva à outra? Como somos influenciados diretamente pelo o nosso coração? Da mágoa e do ressentimento surge o medo, a aflição, a raiva, etc. Agora imagine suas emoções como uma esfera de energia, crescendo e expandindo, tocando a forma que você vê e lida com a vida.

Agora eu te pergunto, te surpreende ainda haver tantas guerras e conflitos nas relações humanas? rs. Será que algo seria diferente se houvesse mais perdão na sociedade? Por esse belo exemplo que trouxemos de John Lewis, eu acredito que sim.

Mas o perdão é um ato deliberado da nossa vontade – é só se quisermos.

Temos de decidir, tomar essa decisão para perdoar as pessoas que nos ofenderam, as que nos maltrataram, as que nos magoaram, as que nos injustiçaram, que nos roubaram. Perdoar está além do nosso sentimento, está além de nossas suscetibilidades. E talvez seja essa uma das razões do porque perdoar possa ser tão difícil as vezes, pois para tal, precisamos aceitar nossas vulnerabilidades, nossos medos e fragilidades. É preciso abrir o coração. Como já dizia Bob Marley, “ser vulnerável é a única maneira de permitir que seu coração sinta a verdadeira alegria“, e abrir o coração na jornada espiritual, muitas vezes significa também quebrá-lo, ou seja, permitir ser atravessado pela dor, aprender com ela e transformá-la em amor e perdão.

É na abertura do coração ao amor e ao perdão que somos agraciados com uma vida de paz e felicidade verdadeira, pois agora já não nos pesam mais as feridas, agora já aprendemos a ter compaixão e humildade.

Mesmo que você não consiga esquecer, aprenda a perdoar

O velho ditado “perdoe e esqueça” soa bem, mas vamos encarar: esquecer nem sempre é viável. Traumas emocionais e físicos graves podem causar danos duradouros. Tanto que esquecer verdadeiramente que eles aconteceram às vezes é uma impossibilidade. Perdoar aquela pessoa que te feriu também não significa necessariamente uma reaproximação.

Mas a parte do perdão é sempre  possível e é a única maneira de finalmente liberar a dor e a opressão causadas por aquela ofensa “imperdoável”. Lembre-se: não se trata de  justificar o mau comportamento de outra pessoa contra você, mas sim  liberar  toda a energia negativa que ela enviou para você, a fim de que você encontre a paz. Isso, por sua vez, ajudará seus outros relacionamentos, promoverá o seu bem-estar espiritual e psicológico, reduzirá o estresse e a pressão sanguínea, aumentará sua imunidade e ajudará a trazer alegria e felicidade duradouras à sua vida.

Algumas dicas úteis para aprender a perdoar:

  • Reflita sobre suas próprias falhas e pense em situações em que você precisou do perdão de outra pessoa. Fazer isso o ajudará a ter empatia por outra pessoa que pode precisar do seu perdão.
  • Considere o valor imensurável e o poder do perdão, tanto para você quanto para os outros.
  • Pare de pensar em si mesmo como uma vítima e comece a assumir uma postura moral elevada em todas as situações em que se sentir ofendido ou prejudicado. Fazer isso ajudará a liberar o controle opressivo que a ofensa de outra pessoa exerce sobre sua vida.
  • Escolha ativamente perdoar para perpetuar uma cultura de reconciliação, cura e paz. Ahh como nosso mundo precisa dessas coisas, não é?

Em uma nota final e importante…

Frequentemente, os “rancores” mais prejudiciais que guardamos são contra membros de nossa própria família e amigos do passado, cujas transgressões contra nós anos ou décadas atrás são ainda mais dolorosas porque eram pessoas em quem confiamos.

E muitas vezes essa raiva e angústia prejudiciais estão enterradas tão profundamente que não percebemos o quanto isso está nos prejudicando. Isto é, até que conscientemente “olhemos nos olhos” do nosso coração, reconheçamos a raiz do sofrimento e decidamos deixar ir e perdoar.

~*~

Artigo elaborado por YanRam para O Grande Jardim.

Fontes: The New York Times; Wake Up World; Aprendizados pessoais e estudo do livro “Na força do Amor e do Perdão” de Maria Gabriela Oliveira Alves, editora Palavra & Prece.

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Relógio Cósmico e o Ritmo Biológico do Corpo

Como o relógio biológico natural cósmico pode melhorar o humor, o sono, a memória, as glândulas, os chakras, a expansão de consciência e percepção sutil?

“Um movimento e uma pausa”, está é a pulsação do universo, do nosso coração e da própria vida. O segredo da saúde, da harmonia é o processo invariável da continuidade do que é eterno. Abrir e fechar, contrair e relaxar, agir e descansar, concentrar e dispersar.

Já reparou que todas as religiões antigas têm normas e horários alimentares? Como nada é por acaso, esse é o estudo que parte do relógio biológico natural – e aqui partimos da compreensão que assim como não se percebe o movimento da terra e dos astros, também não percebemos o movimento constante dos órgãos no corpo. As células do corpo renascem a cada instante e a energia vital não pára de fluir pelo organismo. Assim como há um relógio cósmico no Universo (dia x noite), os cronobiologistas estudam de que maneira a sincronia do relógio biológico humano com hábitos regulares, ou não, como: descanso, trabalho, sono, horário das refeições, lazer, quando não são respeitados afetam o organismo e levam às disfunções.

Pois bem, a criação do corpo do homem foi tão perfeita, que dependendo da hora do dia, o corpo produz substâncias químicas que melhoram o humor, a atenção, o desejo sexual e o sono. Se acaso, o homem se sintoniza com esse ritmo natural próprio, com esse fluxo cósmico do organismo, gerará maior energia e por consequência, maior disposição física, mental, emocional e espiritual para todas as tarefas que deseje realizar. Sua energia irá potencializar e o seu dia-a-dia é mais fluído.

Os pesquisadores já descobriram que o relógio biológico é controlado pelo cérebro. O cérebro funciona como uma fábrica com horários e turnos: onde as proteínas são os ponteiros das horas; os carboidratos são os ponteiros dos minutos (porque queimam mais rapidamente) e o ponteiro dos segundos são as fibras (porque são os limpadores). Aqui está a chave do porquê precisamos parar de correr tanto e parar de exaurir todos os nossos sistemas biológicos. Ou o ser humano pára e entra no fluxo da corrente cósmica ou se aniquila. Assim como submetemos a natureza à um ciclo alheio ao seu próprio, exaurindo os recursos do planeta, também nos submetemos à um ciclo sem sincronia desgastando a nós mesmos.

Mas caso você queira se conectar com o relógio natural biológico e transformar a disposição de energia no seu corpo e consequentemente, na sua vida, neste artigo vou compartilhar com vocês caminhos para reprogramar seus horários e hábitos. Se este não é o seu caso, tudo bem, mas saiba que os seus horários podem se tornar muito prejudiciais aos ritmos do seu corpo mágico-cósmico! Isso já é o que acontece em todo o planeta e tem uma consequência popularmente conhecida como estresse. Por isso, é devido que na correria dos dias modernos, você ter um tempo para ouvir o seu corpo e reverenciá-lo.

O corpo fala

Habitue-se a perguntar ao seu corpo se ele quer se exercitar, correr ou ficar quieto. Não ignore a resposta, assim seu corpo pode lhe recompensar com uma orientação específica, que por fim, resultará em energia vital e força. Experimente! Esse exercício pode ser feito por qualquer pessoa.

Podemos exemplificar, na prática, como o ritmo do corpo está em simbiose com o ritmo cósmico e são essenciais para a manutenção da nossa saúde, sem precisarmos recorrer ao uso de tantos medicamentos. Por exemplo, se você dorme mal, está impedindo o organismo de liberar o hormônio do crescimento, que é a substância essencial para renovar os tecidos e produzir novas células ósseas e glóbulos vermelhos. Tira a disposição, afeta o humor e os ossos. Os médicos e cientistas também têm orientado que ao se dormir regularmente, se está gerando saúde e a melhor hora para a liberação de melatonina é a noite. Assim, devemos dormir sem luzes, totalmente no escuro; nossa glândula pineal irá cumprir favoravelmente a sua função de fabricar o hormônio da melatonina, e a pituitária, o hormônio do crescimento.

Para confirmamos que o “corpo fala”, é só darmos uma olhada na energia vital e na disposição dos trabalhadores de todas as profissões que têm como turno o período da noite. E aqui fica um alerta: estas pessoas devem redobrar os cuidados com os seus sistemas glandulares, com a alimentação e exercícios – essa troca do dia pela noite é algo não natural para o corpo, e o corpo que nunca irá se acostumar à esse ritmo.

Sintonizando os Ritmos do Corpo com os Ritmos Cósmicos

Quando não respeitamos os ritmos do relógio cósmico biológico, alteramos também o nosso cérebro direito, que por sua vez vai desacelerar o processo de expansão e crescimento do nosso ser integralmente.

Reprogramando os horários e hábitos

O DESPERTAR: entre 07h e 8h

• A partir das 06h, o corpo produz cortisol, o hormônio que faz acordar. Entre 07h e 08h, a taxa desse hormônio atinge a concentração máxima. É o melhor horário para acordar.

• Por volta das 09h o corpo começa a produzir endorfinas (analgésicos naturais) que produzem um sono pesado e se você acorda à essa hora você pode sentir o esse rastro expresso em dor de cabeça ou mau humor ao acordar. Por isso, pule da cama até as oito horas diariamente.

• Segundo os pesquisadores, é melhor pular da cama antes das 09h, para não ganhar peso (há grande produção de cetonas), e não desregular seu relógio biológico.

• Mas se você acordar entre as 04h e 06h para meditar e/ou criar, é excelente, pois o ar está carregado de energia vital.

Atenção: se você chegar da balada às 04hrs, levante as 08hrs e retorne à dormir as 13h para não desregular o seu sistema. É benéfico e explicado cientificamente.

O PRAZER – entre 09h e 10h

• A hora é propícia para o ato amoroso, nesta a hora a taxa de serotonina (neurotransmissor ligado ao prazer) está no seu ápice. Neste horário geralmente estamos trabalhando, mas o corpo está cheio de substâncias que favorecem o prazer.

• Como as endorfinas (analgésicos naturais) estão em alta, é uma hora excelente para ir ao dentista rs, mas também exercer alguma atividade que te faça bem.

O TRABALHO – entre 10h e 12h

• O estado de vigília atinge o seu ápice, e a memória está rápida e prática, está mais ativa. O corpo está mais apto. Depois que as endorfinas desaparecem, após as 10h, o organismo atinge sua velocidade ideal.

• Entre 10h e 12h é um momento para refletir, encontrar inspiração, criar, resolver situações.

O DESCANSO – entre 13h e 14h

• Nesta hora ocorre a “moleza” depois do almoço. Sua origem pode estar na digestão ou na queda de adrenalina, o que desacelera o ritmo cardíaco. Para retomar a disposição, pode-se fazer uma sesta de 20 minutos. Inclusive essa é uma prática muito comum em vários lugares do mundo. Até empresas também já estão investindo em espaços para sesta, pois quando o funcionário descansa e retorna, o pique de produção é aumentado e os acidentes de trabalho diminuem já que não há sonolência.

• Caso a sonolência seja da digestão, é necessário planejar melhor a combinação dos alimentos e evitar ingerir líquidos com as refeições. É recomendado comer moderadamente.

O MOVIMENTO – entre 15h e 16h

• No meio da tarde a força física está no seu apogeu, é um bom horário para atividades mais braçais ou que requeiram maior esforço físico. Também é um bom horário para esportes e academia.

• Nesta hora, a capacidade intelectual diminui, mas os cronobiologistas ainda não têm explicação para essa “baixa”, mas as pesquisas continuam.

O RUSH – entre 18h e 19h

• A atividade intelectual se refaz e o estado de vigília atinge um novo pico. É um ótimo horário para as crianças fazerem seu dever de casa e para os adultos criarem, como por exemplo, estudar e escrever.

• Como é um horário mais agitado também com a saída do trabalho e o trânsito nas cidades, você pode buscar tranquilizar a sua mente e relaxar ouvindo uma boa música no fone de ouvido enquanto faz seu caminho de volta para casa.

O PILEQUE – entre 20h e 21h

• As enzimas do fígado estão menos ativas, caso neste horário se ingira bebidas alcóolicas, se fica bêbado mais rápido.

• É um bom horário para ir encerrando as atividades e tarefas para então se preparar para o sono reparador.

O SONO – a partir das 20h

• A melatonina (hormônio do sono) começa a invadir o corpo a partir das 18h. É um excelente imunoestimulante e as 20h é o primeiro momento ideal para dormir, pois o corpo já está se preparando para a regeneração.

• É indicado que se apague todas as luzes, pois a glândula pineal trabalha melhor no escuro e assim, acorda-se refeito, com bom humor e com o corpo totalmente regenerado.

A RENEGERAÇÃO – entre 22h e 1h

• Nesta hora do sono, ocorre o pico da produção do hormônio do crescimento – portanto é uma hora importantíssima para a revitalização e a saúde. O hormônio do crescimento contribui para a renovação das células e da recuperação física.

• Você sabia que 1h da manhã é o horário do fígado? Se estamos dormindo profundamente neste horário, temos um sono reparador, pois o fígado é quem “recolhe” a consciência (sangue) e regenera todos os sistemas. O fígado é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo, inclusive para os egípcios é considerado um órgão sagrado assim como para as medicinas orientais.

• Caso você durma após a 1h, o corpo terá mais dificuldades para adentrar o estado profundo do sono e podemos experienciar sonhos bem agitados e ao acordar (independente do horário) temos a tendência de nos sentirmos bem cansados, como senão tivéssemos descansado o suficiente.

Esse estudo prático é maravilhoso! Eu tenho sintonizado meus horários há alguns meses e descoberto que fluir com as tarefas no meu dia-a-dia pode ser algo leve e prazeroso. Tem me feito um bem enorme, por isso venho e compartilho com vocês, para que mais pessoas se beneficiem.

Agora que você tem posse dessas informações científicas, esforce-se pelo menos quatro dias da semana para respeitar o ritmo do relógio cósmico natural, e assim, o seu corpo físico, seu corpo mental, seu corpo emocional e suas glândulas lhe ofertarão energia cósmica sutil e vital. É uma questão de disciplina, bom senso e conhecimento. Rejuvenesça mudando seus hábitos e sincronizando-os com o relógio cósmico que tudo permeia, inclusive o seu corpo.

Adaptado e retirado de estudo pessoal do Livro Mandala Holística, O Poder Cósmico Sutil no Universo por Maria da Glória Oliveira Santos. pg. 136 a 142.

Por YanRam para O Grande Jardim.

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Paciência: A Ciência da Paz

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” ~ Confúcio

O Universo existe há aproximadamente 5 bilhões de anos e há 4,5 bilhões de anos deu luz à esse grande jardim, a Terra. Os primeiros registros históricos de nós, seres humanos caminhando nesse jardim se dá em 2,5 milhões de anos. É isso mesmo o que você leu, estamos aqui aprendendo e nos desenvolvendo há DOIS E MEIO MILHÕES DE ANOS!! Quando paro para refletir sobre isso, esse nosso momento contemporâneo se parece mais como um arco no tempo, dentre muitos arcos. Caminhamos uma longa jornada até aqui, não é mesmo? Começamos nas cavernas, desenvolvendo os sentidos, como a linguagem e fomos nos aprimorando em grupos, culturas. Descobrimos como manipular o fogo, a terra, o ar, a água. Expandimos nossa consciência e obtivemos a noção de Deus. Criamos leis, governos e religiões e hoje vivemos a globalização. Uma era digital em que podemos obter conhecimento sobre muitos assuntos e nos conectar com pessoas ao redor do mundo.

Com toda a evolução e mudanças desenvolvidas nos diferentes arcos dos milênios que atravessamos até aqui, nossa percepção de tempo mudou muito. Antes levava dias e até meses para chegar ao nosso destino final em uma viagem de média distância. Hoje, em poucas horas chegamos. Você se lembra que antes para mandar uma mensagem pra alguém só era possível por carta e que você teria que esperar semanas e até meses para obter uma resposta? Você se lembra que antes do desenvolvimento da ciência e medicina moderna, muitos de nós padecia por gripe ou por não ser possível receber uma cirurgia? Pois é, muito mudou desde nossos primeiros dias aqui na Terra. Mas é claro que com os avanços também enfrentamos dificuldades, e então, novos problemas surgem afim de continuarmos melhorando e evoluindo.

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Temos vivido grandes avanços tecnológicos e muito da nossa percepção de tempo tem sido modificada através das novas tecnologias, como o uso de smatphones. Inclusive, passamos a nos sentir cada vez mais ansiosos com a quantidade e velocidade das informação que recebemos. Temos nos tornado distraídos e com pouca capacidade de concentração. Pesquisas científicas recentes já demonstram dados alarmantes de como o uso das redes sociais influencia negativamente na nossa cognição, como já discutimos em outro artigo super relevante aqui. Outro ponto a ser considerado do nosso tempo histórico é o sistema Capitalista e seu formato atual, que pra mim, é totalmente irracional. Já falamos disso no artigo A ansiedade e a depressão como consequência do Capitalismo Irracional. Então, realmente ainda temos MUITO o que trabalhar como humanidade, isso é inegável e compreender isso, é uma das chaves para manter a chama do nosso coração acesa, caminhando ativos e vibrantes em nossas missões.

“Eu sou o templo do tempo. O tempo acontece em mim.

No meu rosto, na minha pele” ~ Flaira Ferro

Mas já que pudemos ver em larga escala tudo que caminhamos até aqui como humanidade e compreendemos que a mudança é uma constante, te convido agora à olhar para você e a sua história, o quanto você já caminhou até aqui? Tudo que você desenvolveu e aprendeu através dos erros e acertos da dualidade da vida aqui na Terra. Olhe para além das suas tristezas e culpas. Observe você e a sua história com amor nesse momento. É impressionante, não é mesmo? No seu arco de tempo dentre os milhares de arcos nessa contínua espiral milenar da vida. Olhe para além do futuro, esteja aqui agora, respira. Sente o seu corpo! Esteja aqui comigo. Estamos explorando juntos a nossa noção, percepção, ciência do tempo e a sua relação com a virtude da PACIÊNCIA.

Adote o ritmo da natureza. O segredo dela é a paciência”. ~ Ralph Waldo Emerson

Gira o mundo, continua girando e sempre vai girar…

A vida na Terra é regida através dos ciclos da natureza e nós estamos profundamente conectados à esses ciclos e quanto mais observamos o fluxo natural do tempo e do nosso desenvolvimento pessoal e coletivo, somos capazes de perceber as nuances e os diferentes momentos que vivemos. Tal como por exemplo, as estações: o novo sempre nasce na primavera, amadurece no verão, têm seu declínio no outono e permite à morte-renascimento no inverno. Mas compreendemos também que com o aquecimento global, as estações não vêm se manifestando de forma tão precisa e distintas entre si, principalmente dependendo da região no planeta que você está, mas as características primordiais de cada estação se fazem presentes e nos convidam na dança no tempo à integração. Integrar significa unir – sem excluir – aquilo que somos, que fomos e que ainda viremos à ser com a compreensão de que nossa essência Eu Sou já é e já está em perfeita harmonia com o Todo. Mas o que frequentemente acontece é nos sentirmos separados da Vida, dos ciclos da natureza e dos nossos próprios ciclos. Frequentemente, isso pode nos gerar uma sensação de solidão ou de que falta algo, o que por sua vez, pode gerar um falso sentimento de desamparo e uma pressa avassaladora de resolver todos os seus problemas e os problemas da humanidade. Mas não é bem assim que a dança do tempo é ritmada…

O CULTIVO DA PACIÊNCIA

Assim como uma semente leva tempo para germinar, criar raízes, formar um caule, dar folhas, flores e frutos assim também é nossa vida e nossos processos de cura. Se tentamos apressar as etapas, podemos acabar por não colher os frutos desse plantio. Pois é justamente nos intervalos entre as etapas que a sabedoria conta os seus segredos àqueles que tem a paciência de esperar para ouvir.

Por quê a pressa? Já que o chamado despertar acontece à todo momento. Se apresenta em variadas formas e sentimentos. À cada despertar, à cada novo insight e compreensão, um novo mistério nasce. Cada vez isso têm me aparecido como uma das grandes belezas de estar aqui na Terra. Mas no dia-a-dia, na arena do cotidiano, como é que isso nos toca e sensibiliza? Será que não nos restringimos ao ritmo acelerado da nossa rotina hiper conectada e hiper ativa? Talvez seja isso também que gere a irritabilidade, que pode ser visto como um nível de sensibilidade e ansiedade tão forte que tudo é capaz de nos irritar e nos tirar do nosso eixo, o que com o passar do tempo pode inclusive gerar doenças psicossomáticas, como alergias, gastrite e tantos outros problemas interpessoais. Mas será que quando estamos conversando com uma pessoa ou estamos em alguma situação, somos capazes de frear a pressa dos nossos pensamentos e desejos? Será que realmente conseguimos estar presentes nas situações corriqueiras do cotidiano? Será que conseguimos ser pacientes com nós mesmos e com a vida?

Essas são indagações que há muito venho me fazendo, desde que iniciei meus estudos espirituais e muitos desses, compartilhados com vocês aqui no Grande Jardim, eu nunca encontrei nada mais eficiente do que a Presença, esta sendo como o terreno fértil e fundamental para o cultivo da paciência e de toda e qualquer outra virtude. A paciência fala de saber aguardar em paz. É sobre perseverar mesmo em meio à incertezas. Para cultivar a paciência, temos a meditação como uma forte aliada, pois tem o potencial de nos colocar ali, presentes, observantes. Assim como a meditação, há outras práticas que você pode utilizar como chaves no desenvolvimento da presença e da paciência, tais como práticas corporais como esportes, caminhada, dança, massagem, yoga. Como também trabalhar o seu foco e sentidos ao comer, ao falar, ao sentir um cheiro, ao ouvir o outro, a ouvir os pássaros cantar. Enfim, as possibilidades de cultivo são infinitas, basta você se tornar consciente que existe um ritmo natural e se conectar com o agora e, principalmente, com a consciência serena de que tudo flui em um ritmo próprio. Até através da sua respiração, você pode cultivar a sua presença, e por consequência, a paciência de dançar com o ritmo do tempo. Aplique essa noção também à você, aos seus projetos e sonhos, apreciando cada passo, cada momento. Faça isso e observe lindas transformações acontecendo em você e na sua vida. Caminhe sem pressa de chegar, pois a felicidade já é o caminho.

Quando nos fazemos presentes, deixamos de lado nossas falsas urgências e nos tornamos capazes de desfrutar o agora. É ir além do nosso acompanhamento mental das situações e das repostas automáticas que estamos condicionados a dar. É cultivar o agir ao invés do reagir. É se abrir para sentir a vida que te rodeia, a vida que pulsa dentro de você e em todos os seres. É estar consciente em suas relações com as pessoas e com o mundo. É reconhecer que tudo têm o seu tempo e quando somos capazes de observar, somos também capazes de captar as orientações e ensinamentos que a vida vêm compartilhar. Cultivando a paciência, podemos ir para além de nossa ansiedade e viver uma experiência mais profunda como seres humanos aqui na Terra, conscientes que haverão dias luminosos e sombrios na nossa jornada, o tempo algumas vezes pode fechar, mas o Sol está aqui, brilhando para além das nuvens. Brilhando para além da mente. Radiando e nutrindo o nosso coração, orientando nossas ações, plantios e colheitas.

A ciência da paz, essa virtude maravilhosa que acima de tudo, nos ensina a humildade de viver e aprender nesse maravilhoso planeta também nos convida à apreciar tudo que já está aqui agora e toda nossa jornada! Contemplar e agradecer. Observar o que precisa ainda ser melhorado, arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto com o fluxo natural em prol disso.

Sou grata muito grata por estar aqui. Grata à cada um de vocês que leem, comentam e compartilham as sementes desse blog. Nos amo! Vamos juntos ❤

Artigo por YanRam com muito amor para O Grande Jardim.

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O caminho do Guerreiro Sagrado: onde o Herói e o Curador convergem

“É melhor ser um guerreiro em um jardim do que um jardineiro em uma guerra” ~ Parábola Zen

O jardim é uma metáfora para a interconexão de todas as coisas e o guerreiro e o curador são arquétipos da nossa consciência que se manifestam em nós e através de nós. Mas, a maioria dos guerreiros desconhece a interconexão da teia da vida e, por tanto, desconhece o jardim. Um guerreiro que desconhece o jardim é apenas um bruto – a coragem está ali, mas lhe carece a compaixão. Esse tipo de guerreiro é um tanto profano e isso se dê talvez por ignorância ou por algum tipo de repressão interior. Porém, mesmo desconhecendo o jardim, isso jamais os desconectará da grande teia da vida. Todos sempre estaremos ligados ao Todo, sabendo disso ou não.

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Guerreiros Sagrados, por outro lado, compreendem que o jardim é o mais importante. Eles sabem que o seu caminho no jardim começou com o nascimento, desenvolvimento em saúde, equilíbrio e disciplina, e também sabem que terminarão no jardim com a morte como adubo para novos ciclos de vida e saúde. Mas para esse guerreiro, o caminho é claro. É através do amor. O amor é uma espada do guerreiro; onde quer que corte, dá vida, não morte. É aí que o Herói e o Curador se convergem, no jardim da mortalidade.

O Jardim da Mortalidade

“Os guerreiros vivem com a morte ao seu lado, e por saberem que a morte é sua companhia, eles criam coragem para enfrentar qualquer coisa, pois o pior que pode nos acontecer é morrer, mas esse já é o nosso destino inalterável, por tanto, somos livres, já não temos mais nada a temer.” ~ Carlos Castaneda

Enquanto o herói reúne coragem e a força de compreender as cinzas da morte, o curador reúne a saúde e interconexão do adubo da morte. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado. O jardim da mortalidade é por tanto, a eterna dança entre a vida-morte-renascimento e os guerreiros sagrados conhecem bem essa dança, e a respeitam. Eles honram a mortalidade e prestam homenagem à finitude ao mesmo tempo que contemplam o Infinito. Caminham conscientes da morte, pois a morte os ensina a viver. Isso lhes dá perspectiva. Desatando os nós com um punhal de amor, eles aprendem a viver bem para eventualmente bem morrer. Sua mortalidade é auto realização. Aqui, o guerreiro está em paz com o fato de que vai morrer, e é justamente essa paz que transforma o medo em combustível de coragem.

O Jardim das Sombras

“Nossa imaginação voa – somos sua sombra na terra.” ~ Vladimir Nabokov

Onde o herói integra a sombra para transformar demônios em diamantes e o curador integra a sombra para transformar feridas em sabedoria. Ambos se unem para se tornar o Guerreiro Sagrado.

O jardim das sombras é a última encruzilhada existencial. Guerreiros sagrados o frequentam para descobrir o renascimento. É no jardim das sombras que o guerreiro egocêntrico comum morre, e o guerreiro sagrado nasce com uma perspectiva centrada na alma. O jardim das sombras é diferente para cada guerreiro, mas sempre está envolto à experiências e questões espirituais e existenciais.

Noites escuras da alma são predominantes. A morte do ego é comum. A aniquilação é onipresente. Após o casulo, a sombra se torna para sempre uma aliada do guerreiro sagrado. A morte e as trevas são honradas. A dor e sofrimento são integradas. Sombra e luz se confundem. Coragem e força combinam-se com compaixão e abertura do coração para criar a vulnerabilidade absoluta da Alta Graça.

O Jardim do Desapego

“Busque a liberdade e torne-se cativo de seus desejos. Busque a disciplina e encontre sua liberdade.” ~Frank Herbert

Onde o herói pratica o desapego para encorajar a disciplina e a tolerância, o curandeiro pratica o desapego para inspirar disciplina e mente aberta. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado.

O jardim do desapego é um pivô espiritual para um crescimento superior. Guerreiros sagrados aqui vem para aprender cultivo, perspicácia e responsabilidade. Aqui, a disciplina é mais importante e é o segredo do desapego. E o segredo da disciplina é a prática. Mais especificamente, a prática que vem de uma rotina saudável. Compreendendo que é preciso ceifar hábitos que não fazem mais sentido ou não estão mais alinhados com o seu caminho, remover as ervas daninhas que sugam sua energia, permitindo que seu jardim interior floresça.

Guerreiros sagrados inspiram disciplina na rotina de cultivo do jardim, e é essa rotina que cria um crescimento desvinculado de si mesmo, onde o resultado não é associado ao seu crescimento e auto valor. É um tipo de crescimento que personifica o jardim e não o ego. Dessa forma, não se torna egoísta ou arrogante. A auto preservação fica em segundo plano, dando espaço para a auto superação.

O Jardim do Serviço

“Estratégia é um processo mental no qual sua mente se eleva acima do campo de batalha. Você tem uma sensação de um propósito maior para sua vida, onde você quer estar no caminho, o que você decidiu realizar. Isso torna mais fácil decidir o que é realmente importante, quais batalhas evitar. Você é capaz de controlar suas emoções, de ver o mundo com um grau de desapego.” ~Robert Greene

Onde o herói se torna um com todas as coisas (Deus) para honrar a humanidade através da segurança e da liberdade, o curador se torna um com todas as coisas para curar a humanidade através do amor e do serviço. Ambos se unem para se tornar o guerreiro sagrado.

Armado com a Morte como uma bússola, a Sombra como uma aliada e o desapego como uma disciplina, o guerreiro sagrado descobre o propósito mais elevado do eu como jardim e do jardim como eu.

No jardim do serviço superior, os guerreiros sagrados têm a coragem de se fazer as perguntas difíceis: “Seu caminho tem coração?” “Você está vivendo sua melhor vida?” “Sua vida tem propósito e significado?” E então eles têm a audácia de reverter essas questões na humanidade.

Guerreiros sagrados lutam pela humanidade e curam a sociedade através do poder do amor incondicional. Eles são principalmente uma força da natureza (a personificação do próprio jardim). Eles refletem o jardim para a humanidade como um espelho, refletindo as qualidades curativas e implacáveis ​​do jardim. Eles são mecanismos de nivelamento social da mais alta importância, ensinando como a humanidade está doente enquanto também tentam protegê-la de outras doenças.

Seu serviço dá ao seu propósito uma clareza que atravessa todas as coisas. Suas mentes estão claras. Suas almas são afiadas. Seus corações são antifrágeis. Com o abismo atrás deles, o horizonte está bem em frente, aberto e expansivo. O amor deles é incondicional. Sua força é implacável. O curador rega as raízes do herói. O herói abre o terceiro olho do curador. Juntos eles permanecem, vigilantes em sua proteção vital do jardim.

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Ahooo ~~ ❤ Que a força do amor, da coragem e da verdade sejam nossos escudos e espadas nessa linda caminhada que é viver na Terra, nosso grande jardim.

Artigo por Gary Z McGee em @Fractal Enligment. Tradução de YanRam para O Grande Jardim.

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