Presença Corporal – Estou no Corpo

É contraditório pensar que para nascer, estar nessa Terra, é necessário um corpo que nos proporcione à experiência da vida e pouco sabermos sobre ele.

Passamos a vida toda em nosso corpo totalmente dependentes do mesmo para estar aqui, para viver. Mas mesmo passando todo esse tempo vivendo em um corpo, muitas vezes, pouco sabemos sobre seu funcionamento (a não ser que essa seja uma área de estudo sua), mas indo mais além, desconhecemos o seu ritmo natural próprio. Acredito que o motivo para isso, venha de diversas questões, tanto sociais quanto históricas. Tais como por exemplo, o próprio estilo de vida super corrido e as incertezas dos anos que vem se seguindo, entre outros, como o foco desproporcional na aparência, que tanto é valorizada e padronizada conforme as Eras passam, nos levaram à sérios distúrbios de autoimagem. Esses padrões de rostos e corpos nos frustram e impulsionam à busca de embelezar o corpo, o que também se relaciona com autoestima e aceitação. A nível pessoal quanto coletivo, modificamos nosso corpo às vezes em busca apenas do olhar apreciador e validador do outro. Mesmo que para isso, o “castiguemos” através de uma atitude mental de rejeição e desejo de transformá-lo à qualquer custo com exercícios pesados ou dietas malucas.

Não acredito que esse seja o problema em si, mas talvez uma das razões para que nos desconectemos tanto assim do nosso próprio corpo, já que às vezes, o odiamos.
Entendo e sei que não é fácil viver em um corpo (até porque também estou em um, rs) ainda mais quando ele não é do jeito que queremos, ou do jeito que alguém decidiu que era o melhor jeito do corpo ser. Mas poucas são as vezes que olhamos para nós, para nosso corpo, a nível de saúde e possibilidades. Graças ao corpo, podemos caminhar, correr, pular, comer, falar, ouvir, tocar, dançar, descansar, experimentar e experienciar a vida.

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Crescemos e evoluímos junto com o corpo, desenvolvimento conjunto. Conforme a Antroposofia, a vida humana não decorre de forma linear, mas em ciclos de aproximadamente sete anos. Em cada um desses ciclos, algum aspecto de nós como Ser, físico, mental, emocional, espiritual, social se desenvolvem. Inclusive esse é um estudo bem interessante, se quiser saber mais: os 9 setênios – biblioteca de Antroposofia.

O corpo sente e percebe tudo, tanto prazer quanto dor. Tanto o cheio quanto o vazio. Afinal, quando falamos de corpo, falamos também dos vários corpos como mencionados acima. Todos são um, interdependes, conectados por vias neurais e energéticas. Auto influentes.

Seu funcionamento ocorre sem grandes problemas durante à vida à medida que cuidamos e o exercitamos. Mas independente disso, nosso corpo segue seu próprio ritmo e nos mantêm vivos. Não precisamos raciocinar ou dar algum tipo de comando para que nosso coração bata, ele simplesmente bate. Organismo vivo, perfeito.

Nosso estilo de vida e atividades diárias são sentidos através do corpo e influenciam seu equilíbrio.
Toda e qualquer atividade irá gerar algum estímulo e como consequência, alguma resposta do corpo.

Vivendo no Século 21, tem se tornado cada vez mais claro a desconexão vivida entre o corpo mental&emocional e o corpo físico, e a nível de individualidade e coletivo também, já podemos sentir esse impacto com as patologias como ansiedade, depressão, desequilíbrios hormonais, fibromialgia, entre outras psicossomáticas. Perceba como passamos tanto tempo na mente, pensamentos ruminantes que não cessam e que são intensificados com a quantidade de informações provindas da internet e meios midiáticos diariamente, o tempo todo. Ao mesmo tempo, nosso trabalho tem se tornado cada vez menos físico, e cada vez mais mental, digital e automatizado.
Durante o dia, quantas vezes você realmente sente a sua respiração?
Ou o seu coração bater? Ou o seus pés tocando o solo enquanto caminha?

Talvez à essa altura você esteja se perguntando, ”mas isso lá faz diferença?” Sim! Justamente por mantermos uma alta atividade mental e um baixo movimento físico, deixamos de prover ao corpo elementos necessários para nossa saúde e equilíbrio como um todo. Uma vez que já existem pesquisas científicas comprovando que muitos quadros depressivos provêm de uma alimentação rica em açúcar refinado, carboidratos e sedentarismo. A insônia como falta de vitamina D já em jovens de 20 e poucos anos. Não nos restam dúvidas da importância de manter o movimento corporal, não apenas como fim para uma aparência de determinado tipo ou para castigar o corpo. Mas sim, para o reivindicar como habitação, apreciando e respeitando esse lar temporário que nos foi emprestado aqui em Terra.

O corpo como organismo vivo tem suas potencialidades que sempre podem ser desenvolvidas. Nossa relação com nós mesmos se dá através do corpo, ele não nos define, mas é um veículo poderoso que possui uma sabedoria própria e intrínseca. Quando nos relacionamos com ele através do amor e aprendemos a ouvi-lo, uma nova porta do autoconhecimento se abre. Por exemplo, por toda a coluna há diversos canais neurais e energéticos, como os meridianos e chakras que exercem uma função vital em nosso bem-estar. A flexibilidade da coluna é comprovadamente um fator fundamental para o prolongamento da vida, para também envelhecer com saúde e equilíbrio, já que a coluna vertebral, por sua vez, nos fala muito da nossa própria flexibilidade perante a vida e seus desafios. Uma coluna forte e flexível, além de boa saúde, também gera alívio de tensões no sistema nervoso, proporcionando uma sensação de bem estar e aterramento, clareza do pensamento e das emoções, já que você se percebe e se sente dentro do corpo.

Práticas corporais como a massagem, acupuntura, yoga, dança, artes marciais – entre outras – tem seu foco voltado justamente à consciência corporal, a delinear o corpo, dar forma, presença. E então, através do corpo, aliviar a mente e o coração, e com isso, gerar saúde em todos os âmbitos da vida.

Muito se fala de meditação, técnicas de hipnose, mindfullnes, etc e sabemos que essas práticas realmente geram benefícios, porém nenhum caminho, dentro dessa dualidade que vivemos em Terra, o Yin e Yang, deve excluir o corpo como veículo de expansão, pois apenas integrando essas 3 esferas é possível
realmente o autoconhecimento profundo que gere harmonia e equilíbrio.

Fatores indispensáveis para uma vida de qualidade, mesmo dentro do caos e limites sócio demográficos da vida moderna, e até mesmo pelo fato do próprio sistema capitalista em que vivemos sempre proporcionar maneiras de nos distanciar da saúde e do equilíbrio (aqui falo sobre possibilidades de acesso ao básico, como alimentação de qualidade, saúde, educação, estabilidade financeira, etc), porque isso geraria sanidade e pessoas sãs não são interessantes para a sobrevivência desse sistema falido. Mas enfim… xD

Te convido então, à perceber o seu corpo, sentir seu pulsar, suas necessidades e desejos. Te convido à elevar essa percepção ao coração e à mente, e através desse conjunto, que formam o seu lar, onde sua alma eterna vive, discernir o quê é o quê, quando é necessário o repouso e quando é necessário o movimento.

Expanda essa percepção para onde você habita como indivíduo, social e historicamente.
Alinhe-se com você mesmo, com seu próprio lar, ritmo e pulsar, sonhos e anseios. Permita-se estar em paz em seu corpo, agradeça pela sua boa saúde e força.
Perceba as ferramentas que você possui nesse agora, para criar uma vida mais harmônica tanto individualmente quanto coletivamente. Busque formas que te permitam expandir a sua consciência corporal, esteja em seu corpo, é o único lugar real que você sempre habitará e através do qual é possível estar e viver em Terra.

Baita presente! SINTA.

~*~

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Texto original de Nayara Marques ak YanRam – Massoterapeuta fundamentada na Medicina Tradicional Chinesa @divina.massagem

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