“Uma vez que você despertar, você não terá interesse em julgar aqueles que dormem.” ~ James Blanchard
Para o buscador que está na jornada espiritual ou o buscador da verdade que está determinado a descobrir o que é “real” e “irreal”, a espiritualidade ou o processo de despertar se torna nada menos que uma obsessão. Uma vez que os segredos do universo começam a se mostrar para você, é como se você não conseguisse pensar em mais nada.
Talvez você tenha tido uma experiência mística que não pode ser explicada, ou talvez em sua busca para descobrir os “segredos” do nosso governo ou sociedades, você se encontrou em um buraco aparentemente infinito de informações que mostra o porque de tantas farsas e mentiras, encobrimento após encobrimento dedes o porquê das guerras foram combatidas até as informações ocultas sobre extraterrestres.
Assim começa a jornada para dentro. As coisas que pareciam ser verdades passam a ser completamente desmanteladas e até mesmo quem nós pensamos ser, passa a ser descascado camada após camada, até que finalmente entramos em contato com essa coisa chamada “consciência” ou “eu superior” de que todos os grandes místicos falaram. Nosso mundo inteiro vira de cabeça para baixo.
O que pensamos ser verdade, prova não ser verdade, e a pessoa que imaginamos ser não está nem perto de quem realmente somos. A cada dia que passa, uma nova peça do “quebra-cabeça” da vida começa a se revelar para nós, e então começamos a perceber o quanto somos diferentes das pessoas ao nosso redor, que não parecem estar tendo as mesmas revelações de vida que nós, e da pessoa que uma vez fomos.
Parece que esta é a norma para a pessoa que se deparou com essas informações. A verdade começa a se revelar, pouco a pouco, e a cada “resposta” que chegamos, mais um milhão de perguntas começam a surgir. Somos levados a devorar mais informações vindas de livros, professores espirituais, palestrantes motivacionais, curandeiros energéticos, etc… Até que então, atingimos uma parede.
É como se tivéssemos lido um milhão de livros, memorizado um milhão de citações inspiradoras e visto vídeos atrás de vídeos de pessoas nos dando informações sobre qualquer coisa, desde lei de atração até encontrar nossa chama gêmea e então chegamos a um ponto em que devemos nos perguntar: “Ok, eu absorvi todas essas informações, eu entendi os ensinamentos, posso falar sobre consciência e meditação com qualquer um, mas e agora?”
Neste ponto de nossa jornada espiritual, chegamos a uma bifurcação na estrada. Por um caminho podemos nos tornar o ego “espiritualizado”.
Neste caminho, podemos usar toda a informação que temos para nos sentirmos cada vez mais desconectados da sociedade, podemos nos sentir desconfortáveis junto de qualquer pessoa que percebemos como um nível de consciência inferior ao nosso, podemos julgá-las “ovelhas” ou o “ainda dormente” para reforçar nossa ideia de que a verdade que descobrimos está, de alguma forma, nos tornando melhores do que as pessoas ao nosso redor que ainda não conhecem nada sobre esses tópicos.
No outro caminho, vemos um caminho onde a espiritualidade se torna completamente irrelevante. Sim, ainda conhecemos todos os conceitos, os ensinamentos e ainda os aceitamos como nossa “verdade” pessoal. Mas nesta estrada, vemos que conhecer todos os ensinamentos espirituais do mundo não significa nada se você não pode interagir no mundo, ser gentil com todos ou ter uma conversa agradável com nossos pais ou com um membro da família que não apenas não tem nenhuma ideia sobre espiritualidade, mas que nem se importa.
Todos os buscadores devem chegar ao momento em que devem perguntar a si mesmos: “O que significa ser espiritual se eu não puder ser uma pessoa INCONDICIONALMENTE amorosa, aceitando todas as pessoas em TODAS as situações, não apenas aquelas onde eu sinto que estou com pessoas que acreditam nas mesmas coisas em que acredito?
“Não tenha pressa em condenar uma pessoa porque ela não faz o que você faz ou pensa como você pensa. Houve uma época em que você não sabia o que sabe hoje.”~ Malcolm X
Agora, é claro, ninguém escolhe conscientemente o caminho onde a espiritualidade se torna apenas outra parte do ego.
Mas, no entanto, isso acontece. Pode acontecer de forma tão sorrateira e vagarosa que talvez nem percebamos que nos tornamos essa pessoa até estarmos mergulhados em incensos, cristais, círculos de tambor e cartas de tarô. E nenhuma dessas coisas são “erradas”, elas são apenas formas de experimentar o “tudo o que é”, mas em algum ponto deste caminho teremos que ficar cara a cara com nosso próprio coração.
Nós podemos ter feito todo o trabalho de energia no mundo, mas se não formos felizes e nos tratarmos com o máximo de amor e respeito, e tratando as outras pessoas com o mesmo amor e respeito, isso realmente não importa.
A fim de reconhecer quando podemos ter usado a espiritualidade apenas como uma outra maneira de nos separar dos outros e nos fazer sentir como se estivéssemos acima deles, devemos nos tornar super conscientes de como nos sentimos e como nos comunicamos com nós mesmos e com as outras pessoas.
Estamos ficando com raiva de nós mesmos ou nos sentindo como se tivéssemos enfrentado um “contratempo” quando descobrimos que não estamos agindo de uma forma que está em completa concordância com os ensinamentos que aprendemos a amar?
Estamos tão à vontade falando sobre a cultura pop como estamos falando de guias espirituais ou chakras, ou seja, mesmo que não gostemos da cultura pop, podemos ainda aceitar que existem algumas pessoas que gostam e podemos ouvi-las sem julgamentos?Estamos bem falando a partir de lugar autêntico e, ao mesmo tempo, reconhecendo que nossa “verdade” pode não ser a mesma que a outra pessoa com quem estamos falando?
Se estamos usando a espiritualidade como uma maneira de nos sentirmos mal sobre nós mesmos, por exemplo, de maneira a nos julgarmos como “não suficientemente bons” (não suficientemente esclarecidos), ou nos sentirmos mal com as outras pessoas (vendo-as como não suficientemente boas ou não suficientemente iluminados), estamos operando a partir do ego espiritual.
Quando a espiritualidade é usada como uma ferramenta para julgar a nós mesmos ou aos outros, descobrimos que aquilo que acreditávamos nos tornaria mais felizes e mais confortáveis em nossa própria pele e no mundo, isso realmente nos afetou e agora está trabalhando contra nós.
Se é aqui que você está, perfeito. Significa que chegou a hora de encarar sua própria alma e amar a si mesmo. Chegou a hora de abandonar todos os julgamentos sobre onde você pensa que “deveria” estar ou onde você acha que os outros “deveriam” estar e se encontrar com eles e onde eles estão. Uma vez que você chegou a um acordo de que há partes de você que ainda estão criticando você e criticando os outros, tudo o que resta a fazer é aceitar e amar. Ame aquele que julga.
Ame aquele que critica. Amar é entregar-se e, em última análise, é a única coisa que pode realmente fazer os julgamentos desaparecerem é, primeiro lugar, estar ciente deles e depois enviar-lhes amor incondicional. Neste ponto, uma coisa milagrosa acontece. Nós não usamos mais ser espiritual como uma ferramenta para nos sentirmos piores ou um meio para o qual podemos nos colocar em um pedestal sobre os outros.
Chegamos a um acordo de que todos os que encontramos estão em seu próprio caminho espiritual, mesmo aqueles que nem sequer sabem disso, e nenhuma quantidade de verdade ou “sabedoria” importa senão amamos incondicionalmente. Não importa o quão corretivo isso pareça, ser gentil e amoroso com todos (incluindo nós mesmos) é e sempre deve ser o objetivo final do caminho espiritual.
Ahh!! E Ser capaz de rir de si mesmo é a evidência de que não estamos mais apegados a idéias sobre nós mesmos, não estamos mais ficando “ofendidos” por nada. É aqui que reside a verdadeira liberdade.
~*~
Gratidão ó vida que em tudo está, pelas oportunidades de aprender no grande jardim e por meio dele crescer com meus irmãos, de passinho a passinho, vamos todos juntos… Eu acredito que ninguém nunca esteve dormindo, apenas escolhemos inconsciente ou consciente como experienciar, sentir e manifestar a vida..E você, o que sente?
Texto escrito por Nikki Sapp e traduzido por YanRam para O Grande Jardim.
Por favor, lembre-se de compartilhar trechos ou textos completos do blog sempre com os devidos créditos!
Amei ❤
CurtirCurtir