“O AMOR é uma lei universal e está presente em tudo. Ele depende de nós para sua manifestação e nós precisamos dele para a nossa evolução.”
Olá jardineiros! Hoje trago pra vocês um texto maravilhoso de um livro extraordinário que tenho lido ao longo dos anos que é o “Amoterapia: O Amor, da Simplicidade à Transcendência” de 1991 escrito por Dirceu Moreira, psicólogo, pedagogo e professor formado em Análise Transacional que desenvolve estudos em Parapsicologia, Ufologia e Esoterismo. Esse livro tem me ensinado muito e senti um forte chamado de compartilhar alguns capítulos por aqui e tenho certeza, serão de grande valia para todos. Nele, o autor explana como o AMOR é a única lei e forma para se viver a vida, que é a única cura que existe para todos os males e nos convida a penetrar esta obra com o coração aberto para pensar, sentir e meditar, afim de que o seu mental Superior possa filtrar aquilo que é útil à sua evolução. O livro não tem a pretensão de ser uma teoria dona da verdade, mas apenas uma pequena contribuição à reflexão. Assim sendo, você tem o direito de concordar, discordar ou criticar, pois somente nestas condições estará nascendo em você, as sementes de “UM LIVRE PENSADOR”. A vida é uma iniciação e cabe a cada um de nós transformar esta vida energia em vida consciência. Muitas vezes, utilizamos a palavra paixão como sinônimo de amor, mas se trata de polaridades diferentes. O AMOR é Divino! E Para este post, escolhi os dois primeiros capítulos que em suma trazem uma reflexão profunda e ainda um teste que nos permite reconhecer alguns padrões em nós. Vamos lá:
A Essência do Ser
“Não devemos responsabilizar a outra pessoa pela nossa dificuldade em pedir, dar ou receber, pois, é uma caraterística puramente nossa e a decisão de mudança cabe inteiramente a nós mesmos.” ~ Célia de Carvalho, Terapeuta.
Desde o nascimento até a morte, o ser humano busca incessantemente satisfazer uma necessidade que lhe é inerente. A necessidade de carinho, de afeto, do toque, do reconhecimento e de ser amado. Uma fome muitas vezes insaciável, que precisa ser satisfeita frequentemente, tanto quanto a fome de alimentos. A necessidade fisiológica de comer não pode ser substituída. A alimentação gera a energia física. O mesmo acontece com a fome psicológica de estímulos. O que satisfaz é você sentir que existe, que é importante, que vale a pena viver apesar de tudo, e a maneira de manter essa chama acesa está na sabedoria, na coragem de dar, pedir e receber carinho.
Existem momentos adequados para satisfazer essas necessidades. Muito cedo em nossa infância aprendemos a viver em meio à abundância ou escassez de carinhos, quer sejam eles positivos ou negativos. É praticamente impossível a sobrevivência humana sem o toque físico. Ninguém é auto-suficiente em nada, principalmente em matéria de amor.
A natureza nos ensina coisa incríveis sobre o amor. Com base nestas observações, foram realizadas experiências com “mamães cangurus”. Os bebês foram colocados em uma espécie de bolsa de tal forma que houvesse o contato físico, corpo a corpo. Este contato é diferente do que vemos por aí com a roupa isolando a mãe do bebê. O resultado dessa experiência é claro, não poderia deixar de ser o melhor e mais saudável desenvolvimento afetivo do bebê. Além do mais, a mãe ainda podia executar as tarefas normais, evitando com isso deixar o bebê no carrinho ou no berço o tempo todo. Aqui cabe ressaltar como o veneno mata, ele cura. A própria natureza do bebê se encarrega de reagir: agora coloque-me no chão, quero brincar, quero mamar. É a lei da temperança e do equilíbrio. E o equilíbrio é dar, pedir e receber carinho de forma a manter nossa bateria carregada. A permissão para ser feliz e ter sucesso não é só nas relações afetivas entre casais, mas também na prosperidade profissional, financeira e espiritual. Eu proponho também os “papais cangurus”. A energia tem que ser completa em suas polaridades masculina e feminina.
É conveniente lembrar que ao longo de nosso crescimento incorporamos os referenciais de carinho a partir do modelo familiar. Hoje repetimos esse modelo e o grau de dificuldade ou facilidade em nossos relacionamentos com as pessoas está contido em uma dessas oito características básicas:
- Facilidade em dar, pedir e receber carinho;
- Facilidade em dar e pedir, dificuldade em receber;
- Facilidade em pedir e receber, dificuldade em dar;
- Facilidade em dar e receber, dificuldade em pedir;
- Facilidade em dar, dificuldade em pedir e receber;
- Facilidade em pedir, dificuldade em dar e receber;
- Facilidade em receber, dificuldade em dar e pedir;
- Dificuldade em dar, pedir e receber.
Essas dificuldades ou facilidades não são imutáveis, há que se considerar as condições físicas, psíquicas, emocionais e ambientais de si mesmo, do outro e da situação.
Se estamos em momento de tristeza autêntica, as condutas mais adequadas estão contidas na característica número três. A pessoa precisa pedir, receber e desfrutar do carinho, para que tenha preenchida sua necessidade; o ideal para o outro são as as características em que haja facilidade e disponibilidade para dar carinho. Não é nosso propósito neste livro analisar cada uma destas 8 características, mas apenas deixar um espaço aberto à reflexão.
Imagine uma pessoa com facilidade para pedir (6) e o faz para outra que tem dificuldade em dar (3). A nível de troca de carinho, pouco ou nada irá acontecer com quem pediu, que poderá manifestar um sentimento de rejeição, senão souber avaliar a realidade e perceber que é responsável pelo seu próprio bem estar e por sua vida. As “facilidades” dentro das 8 características são condutas atuais que foram permitidas na infância, bem como as “dificuldades” são condutas atuais que foram proibidas na infância, portanto punidas. Se for permitido à criança expressas livremente suas emoções dentro de limites adequados, a autenticidade dos seus sentimentos se fortalece e então mais tarde, quando em sua vida adulta se defronta com uma dificuldade, vai expressar essa emoção sem medo ou sentimentos de fraqueza (ficar triste, chorar, ter raiva). Estas permissões favorecem a relação de entrega no amor, pois, se alguma dificuldade está ocorrendo, a pessoa tem condições de reconhecê-la e não vai hesitar em pedir ajuda. Percebe a indisponibilidade do outro em preencher suas necessidades. Uma jovem apaixonada chega ao seu amado precisando de atenção, mas o encontra em situação semelhante. Então eles avaliam a questão e percebem que tem que recorrer a terceiros. Não é preciso desencadear uma série de ofensas do tipo: você não me ama mais, na hora que mais preciso de você, veja o que acontece, etc… No relacionamento sexual estas pessoas se respeitam quando um dos dois não está disponível. O homem e a mulher tem o direito de dizer “não”, porque isto representa também amor. As necessidades prioritárias tem que ser satisfeitas. É praticamente impossível manter-se em uma relação sexual, com entrega total quando se tem um problema psicológico ou financeiro sério para resolver. O verdadeiro homem e a verdadeira mulher não precisam provar nada nesta hora. Isto são coisas de imposições que se persistirem acabam dificultando a verdadeira relação a dois.
Reconheça que as características que envolvem facilidades e dificuldades em dar, pedir e receber carinho são transitórias. Se você encontra muita dificuldade em uma delas é possível que não tenha sido estimulado a expressar esta necessidade.
O amor é ilimitado e você também. Estes 8 tipos mencionados são apenas parâmetros, guias como placas de sinalização. Não são aspectos imutáveis. São modelos e significam apenas padrões de referência. Você não é uma ou mais destas características. Você está se comportando desta maneira. Você é o próprio deus “Cronos”. Administre seu tempo ou será devorado por ele. Se proponha a mudar, não precisa viver de esterótipos como por exemplo: “Quem dá aos pobres empresta a Deus”. Viver de crédito para regatar na UTI ou nos últimos minutos da sua vida. “Só obterás o reino dos céus doando, doando”, “vinde a mim e ao vosso reino nada”, “é melhor prevenir que remediar”. Todas são crenças que não condizem com a lei do amor. Para que o amor se restabeleça nas relações afetivas, precisamos reconhecer três condições básicas: 1) É preciso pedir, 2) É preciso dar e 3) É preciso receber. A sabedoria consiste então, em perceber que nestas trocas poderá acontecer a recusa de uma ou ambas as partes: Eu quero te abraçar, diz você a alguém que acaba de conhecer ou se casado(a) à esposa(o), mas a pessoa não o quer no momento; o filho pede colo ao pai, que não está disponível; o chefe pede ao subordinado para fazer horas extras e este se recusa. Não precisamos morrer de escassez no meio da abundância, mas também, não vá pedir coisas, ajuda, orientação para às pessoas quando elas não estiverem disponíveis.
Existe uma energia do amor que envolve as relações de casais, de amantes, de apaixonados, etc… entretanto não fique só neste plano, procure liberar também a energia do “amor universal” que permite-nos dizer uns aos outros: eu te amo, você é importante, bonito, meigo; faça-o sem sentimentos de culpa e se livre de velhos padrões sociais. Quando o ser humano deixa de atender as necessidades essenciais de dar, pedir e receber carinho, está morrendo para a vida real. Se a dificuldade for frequente na vida de uma pessoa, esse comportamento a levará ao isolamento e solidão. Embora não sejamos responsáveis pela vida e decisões do outro, não podemos simplesmente cruzar os braços. Devemos em primeiro lugar ver o que podemos fazer por nós mesmos, essa é a ecologia interior, para que depois possamos falar de coração para coração.
Existe uma história Zen que ilustra muito bem essa ecologia interior:
“Dois monges caminhando de uma aldeia para outra, encontraram uma jovem sentada à margem de um rio, a chorar. Um dos monges dirigiu-se a ela dizendo: ‘Irmã, por que choras?’ E ela respondeu: ‘Estás vendo aquela casa do outro lado do rio? Eu vim para este lado hoje de manhã mas, agora o rio engrossou e não posso voltar; não há nenhum barco’. ‘Isto não é problema’, diz o monge, levantou a jovem nos braços e atravessou o rio, deixando-a na outra margem. E os dois monges prosseguem juntos a jornada. Passadas algumas horas, diz o outro monge: ‘Irmão, nós fizemos o voto de nunca tocar numa mulher. O que fizeste é um horrível pecado. não sentiste prazer, uma sensação extraordinária ao tocar uma mulher? – e o outro monge respondeu: ‘Eu a deixei para trás há duas horas. Tu ainda a estás carregando, não é verdade?’.”
Essa história também serve para demonstrar o valor e o significado do carinho incondicionado deste monge em relação à jovem, uma forma espontânea e livre de expressar o amor, enquanto o outro ainda estava apegado a velhos pré-conceitos. Às vezes pessoas carregam sentimentos e desejos durante muito tempo, que sufocam seu coração e ocupam o espaço de estar amando. Vivem de recordações, expectativas e cobranças. Esses sentimentos são resgatados, muitas vezes, com juros e correção monetária do tipo: “Pensa que me esqueci a única vez que me deste flores, há dez anos atrás; Lembra-se daquela vez que lhe pedi para jantarmos fora e você se recusou; Eu não me esqueci do que fizeste daquela vez. Socialmente isto parece refletir o errôneo conceito popular: as coisas boas que fazemos são gravadas numa barra de sabão e os nossos erros num cristal.
Reflita sobre esta citação do Flávio Gikovate (no livro: Você é Feliz?): “Receber sem ter que dar em troca enfraquece a quem recebe; enfraquecido, não resta ao indivíduo outra saída senão sofisticar os recursos de esperteza através dos quais conseguirá perpetuar o esquema no qual consegue continuar a receber, ato que o enfraquecerá ainda mais…”
Acredite, as dificuldades nas relações afetivas são passageiras. Nós somos responsáveis por uma postura frente à vida.
A Maçã do Amor
Como já dissemos de início, não se tem dificuldades em tudo. Às vezes é difícil pedir um abraço, mas conseguimos pedir algo emprestado. Na maçã do amor, você terá oportunidade de refletir onde a mordida foi maior e onde se localiza a crença de um paraíso perdido, quando ainda caminhava nos jardins da infância. O paraíso, o Éden do Amor não foi destruído, ele existe porque nós temos o direito de amar e ser amados. Quando sofremos por amor é porque estamos resistindo a ele. Se você não assume, não declara estar amando uma pessoa, mais sofrimento. A neurose resiste ao amor, então trava-se uma luta entre a vontade e a proibição. Quem perde com isso? Seu corpo, sua alma, seu espírito que, aprisionados nos cárceres do medo, conspiram a derrubada dos muros da neurose. Dói muito porque você resiste. Experimente deixar o amor fluir dentro e para fora de você. Nesse exercício de reflexão, poderá localizar algumas destas situações e trabalhar em prol de uma causa única: sua vida, sua liberdade, seu amor. Só depois da limpeza dos padrões da vida, poderá recepcionar em seu coração – sua casa – a chama do amor.
É importante perceber quais das sete áreas (familiar, social, afetiva, financeira, escolar, profissional e espiritual) são afetadas por uma ou mais das 8 características. Se uma área é a mais afetada veja qual a repercussão nas demais. Procure ter uma visão holística, ou seja do todo em relação às partes e destas em relação ao todo. Você enquanto unidade, – o corpo, a alma e espírito como trina manifestação – interligando-se às sete áreas citadas.
Pegue uma folha de papel, procure um local tranquilo, de preferência com música, que facilita as lembranças.
Instruções
- Divida a folha em 5 colunas.
- Relacione na margem esquerda da folha, uma embaixo da outra, as dificuldades que você tem (dar, pedir e receber) – primeira coluna.
- Na frente de cada dificuldade, escreva quais origens delas, quais os impedimentos, proibições, medos, etc… – segunda coluna.
- Na terceira coluna escreva quais as consequências de cada dificuldade em sua vida, reflita como você estará daqui 2,3,5 ou mais anos senão resolver este problema.
- Na próxima coluna anote o que e como vai fazer para mudar.
- Por último escreva quando, em que prazo você se propõe resolver estas dificuldades.
Faça esse levantamento e depois selecione quais as questões mais prioritárias, procure não entrar na pressa ou querer resolver tudo de uma vez. O apressado come crú e queima a língua. Vá com calma, um processo de mudança em nossas vidas exige trabalho, planejamento e muita dedicação. O sucesso no amor exige paz-ciência. As chaves básicas que abrem as portas para as delícias do amor chamam-se: vontade, respeito, dignidade e perseverança constante. Seja flexível com você. Se algo não estiver dando bons resultados, altere e modifique sua rota.
Faça a mesma relação com as facilidades em dar, pedir e receber carinho. Qual a origem destas permissões, que benefícios elas trazem à sua vida hoje, como estará no futuro e o que você faz para manter estas qualidades, com que frequência?
Compare as duas relações. Das coisas positivas você vai retirar a energia para enfrentar as que precisam melhorar. É importante relacionar também o que você aprendeu com as suas dificuldades. Será que elas não lhe ensinaram algo? Seja como “o alquimista do amor”, transforme dificuldades em experiências positivas. Quando estiver escrevendo as origens de suas dificuldades e nelas aparecer o nome de pessoas ou de seus pais como agentes formadores destas proibições, mas lembre-se: você não precisa de bode expiatório para mudar sua vida. Como sábio e mago do amor, restabeleça metas e objetivos claros de mudança pois, o tempo não espera por reclamações, nem por culpados, nem por indecisões.
O amor é a essência que mantêm a existência humana.
~*~
Por acreditar no amor e em que tudo ele está, é e se manifesta que resolvi compartilhar esses dois primeiros capítulos do livro do Dirceu Moreira. Foi bem difícil olhar para essas facilidades e dificuldades, reconhecê-las, aceitá-las e mudá-las, mas para mim foi e está sendo transformador. Que o amor seja nossa terapia ❤ Gratidão Mãe Terra pela oportunidade de ser, estar, aprender e compartilhar com todos os seres.
Ahooo. Viva o amor
Livro: Amoterapia, da simplicidade à transcendência por Dirceu Moreira, 1991.
Por favor, lembre-se de compartilhar trechos ou textos completos do blog sempre com os devidos créditos!
Leia também:
Um comentário em “Amoterapia – O Amor, da Simplicidade à Transcendência (1991)”