A Loucura como Consequência da Mecanização da Vida

 

Existe uma relação não estabelecida na pós-modernidade que possibilita por meio da mecanização das coisas problemas psiquiátricos como a psicose e traumas profundos, no sentido que nossa mentalidade funciona por meio da casualidade intrínseca dos fatores impostos pela vivencia terrena, o que nos deixa a mercê de novas experiências e aprendizados, muitas vezes não lhe dando o que convém ou que lhe conforta propondo a divergência e problematização daquela experiência.

Conforme tentamos controlar as multifaces do tempo e criar um cronograma no nosso cotidiano com muitos afazeres, tudo é preestabelecido como um mecanismo assim cancelamos em nós nossa humanidade, e ao fazermos isso mergulhados na materialidade das coisas não nos aprofundamos em nosso Ser, ficando na superfície da experimentação das múltiplas-possibilidades que emergem dessa casualidade natural, que muitas vezes confundimos com a predestinação ou algo que já é estipulado pela natureza das coisas.

Então quando estabelecemos “metas e prazos” no nosso cotidiano anulamos essa naturalidade da vivência e nos tornamos algo mecanizado, que passível de seus sentimentos verdadeiros boiamos na superfície da vivencia, apenas onde podemos ver, farejar e tocar.

Então quando estabelecemos essas “metas e prazos”, atrelado a trivialidade da modernidade liquida do nosso cotidiano, anulamos essa naturalidade e casualidade das coisas e nos tornamos algo mecanizado, seus sentimentos verdadeiros são sufocados por esse atarefado cotidiano. Toda vez que você precisa sustentar seu filho, pagar aquele boleto que já venceu, tudo pra ontem, entregamos nossa mão de obra como moeda de troca nessa relação frívola, de material pra material, então o nosso âmago é sufocado por esse excesso de realidade superficial, que o mesmo se aprisiona dentro da sua própria existência afogado no ego, então a “loucura” aparece como fenômeno de autocorreção do próprio sistema, pois ali foi detectado uma falha na teia dos pensamentos, pois a psicose seria essa não aceitação da casualidade, pois a pessoa cria uma vida preestabelecida na qual segue padrões definidos como se fosse um algoritmo racional, e a não existência da nossa mente abomina a padronização, pois ela entra em conflito com a realidade casual do universo ou seja, a mentira não se sustenta se posta em confronto com o real, então quanto mais definimos regras de convívio e estabelecemos prazos em nossa existência mais vemos insanidades e surtos psicóticos em nosso cotidiano, como se a loucura surgisse como uma válvula de escape do subconsciente aprisionado e sufocado pelo ego.

Pois até nossas reações são superficiais, foram estabelecidas em padrões definidos e regrados pelas mídias (TV, Internet, Jornal, Filmes, etc.), percebe que quando uma situação é imposta ao indivíduo ele reage em padrões “não naturais”, como se fosse uma novela ou minissérie, ele a todo momento é o ator e a vida o palco e a cada momento é o momento de “brilhar”, e se sobre sair aos demais atores nesse grande palco pós-moderno liquido e supérfluo totalmente a mercê da materialidade. Percebesse que não à aprofundamento nos sentimentos, a pessoa se torna um E-mail Automático, que responde sem leitura ou interpretação do que foi estabelecido pelo meio, é “pá-pum”, reações efêmeras que carecem de sentimentos, o neoliberalismo do “MakeSelf” meritocrático deu muito certo no séc. XXI que está a emergir agora. As formas de vida contemporânea, se assemelham pela vulnerabilidade e fluidez, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça um estado temporário e frágil das relações sociais e dos laços humanos, essas mudanças de perspectivas aconteceram em um ritmo intenso e vertiginoso a partir da segunda metade do século XX com as tecnologias, o tempo se sobrepõe ao espaço, podemos nos movimentar sem sair do lugar o tempo líquido permite o instantâneo e o temporário.

O que acaba acontecendo nesse emaranhado é que as relações e as coisas se tornam substituíveis e descartáveis, como nossas roupas, sapatos, telefones e pessoas (cônjuge, amigos, etc.), essa falta de solidez na relação com o todo causa o isolamento do Ser, e fomenta graves problemas de convívio na matéria onde tentamos nos agarrar a conceitos ou objetos supérfluos afim de legitimar ou “segurar” nossa realidade afim de dar um significado à vida, essa liquefação da realidade veloz gera o apego, mas veja que o apego não surge da idolatria de tal objeto ou pessoa, não é um cultuamento disso, lembre-se do Ator do Espetáculo guiado pelas mídias ou seja, é um movimento superficial novamente, precisamos nos aprofundar e nos entregar em nossas ações e nos dispor a casualidade natural do universo para assim emergir o triunfo da vontade. Realmente o homem está se desenvolvendo no tempo mais não vejo uma humanização efetiva no horizonte. Tempos difíceis estão por vir.

Eles formularam a coisa de tal jeito que não parece haver uma saída, mas há sim e várias delas!Comece enxergando as grades e as correntes, passe a observar o que te cerca e como as pessoas estão infelizes levando essa vida…

Escrito no metrô 17/04/17.  por J.L.F

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