Armados com arcos e flechas, espadas, rifeis e agora também com GPS e câmeras, a tribo Ka’apor se recusa perder suas terras para madeireiros ilegais. Deixados apenas com promessas vazias do governo, os nativos passaram a se encarregar da “conservação natural através de confrontos agressivos”.
Vivendo na região rural de Alto Turiaçu, ao menos 2 mil índios estão protegendo a densa floresta que já perdeu 5.733 de seus hectares para a retirada de madeiras ilegais entre 2007 e 2013. Áreas onde os madeireiros desarraigam sem dó perderam a sua antiga beleza que é marcado por interesses criminosos privados. Estas áreas serão nada além de tocos por décadas…
Em 2011, a tribo passou a patrulhar. Desde então, os madeireiros tem sido rodeados, suas cargas queimadas, suas mãos amarradas, e suas calças retiradas em situações mais extremas, na tentativa de usar a humilhação para manter os ameaçadores fora de caminho. Um dos líderes da tribo descreve o encontro com os Guardiões como “parece um filme: eles lutam contra nós com facões, mas sempre os expulsamos”.
Mas proteger suas terras vem com um preço alto. Os índios Ka’apor tem morrido e mais uma dúzia de seus líderes foram torturados e assassinados brutalmente. Um dos líderes foi baleado enquanto retornava de uma visita a seu filho. Apesar da ligação entre as mortes e os madeireiros, nenhuma prisão foi efetuada. Em 2014, o Tribunal Federal ordenou a criação de postos de segurança na área, mas até hoje nem uma única estação fora erguida.
O Greenpeace Brasil decidiu se mexer e proveu à tribo tecnologias de vigilância que está mudando o jogo a seu favor. A organização anunciou que “juntos, o Greenpeace e a tribo Ka’apor são capazes de criar mapas mais apurados da região através da instalação de câmeras de sensor de movimento e temperatura para documentar as invasões madeireiras no território. O Greenpeace também forneceu aparelhos eletrônicos de rastreamento para monitorar os caminhões madeireiros e como eles viajam em torno do Alto Turiaçu”.
A nova tecnologia está possibilitando uma grande coleta de informações precisas, o que pode se tornar uma alavanca para forçar o governo prestar apoio.
Sem a ajuda governamental, há poucos indícios de que essa situação possa ser completamente controlada. Como a supervisão é fraca, os madeireiros forjam facilmente documentos para fazer sua madeira parecerem legal. O site de notícias The Guardian reporta que o corte ilegal está aumentando. Em uma entrevista, o pesquisador sênior da Imazon, Paulo Barreto disse, “a situação está piorando rapidamente. A área de corte ilegal cresceu 151% no Pará e 63% no Mato Grosso entre os anos de 2011 e 2012”. O Greenpeace reporta, “Entre 2007 e 2008 a floresta da Amazônia perdeu cerca de 3 milhões de acres de floresta tropical para a extração ilegal de madeira, plantações de soja, pecuária e outras atividades humanas.”
Marina Lacorte do Greenpeace Brasil aponta uma importante questão: “Se a tribo Ka’apor está protegendo seu território com poucos recursos e suporte tecnológico, POR QUE o governo não consegue fazer o mesmo?”
Abaixo segue um vídeo que mostra os estragos que ecoam e vão continuar ecoando e como a luta ainda continua..!!!
Pois é, a situação tá difícil. Sem contar que mais de 60% da medicina moderna provém sua matéria prima da Floresta Tropical Amazônica e nem 50% de sua potencialidade fora explorada até então. A Terra e seus habitantes perdem, menos aqueles que tem interesses privados nesse gran negócio! $___$
Procure sempre se informar, muita coisa tá rolando além do campo de visão…
Fontes: The Plaid Zebra + The Guardian + Imazon + Notícias Terra
Tradução + elaboração: YanRam para O Grande Jardim.
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Me orgulho dos índios Ka¨apor, faço votos que eles criem um país independente na Amazônia, com apoio de países estrangeiros, que usem a tática de guerrilha, e lutem pelo que é seu de direito !
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