O Encontro entre o Budismo e os Psicodélicos

Como o surgimento de psicodélicos, que hoje passa por um renascimento, encontra-se justapostos com a sabedoria antiga e tradição budista? Descubra como o uso de enteogênicos e a prática budista podem atenuar o mergulho interno.

Acontece que o mesmo elenco (Allan Watts, Ram Dass, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, etc) que introduziu a nova visão do uso de psicodélicos na América, também foram os que trouxeram o primeiro vislumbre dos ensinamentos de Buda. Muitos americanos já nascem dentro das práticas budistas, muitos se tornam mestres e seus alunos são influenciados pelo uso de substâncias psicodélicas, como a cannabis e o LSD desde os anos 60 e 70. Entretanto, encontra-se muitos mestres budistas advertendo sobre o caminho que eles próprios um dia percorreram e ao mesmo tempo, uma nova geração de meditadores e estudiosos hoje explora os benefícios profundos, expandindo a mente através de plantas e compostos químicos. Vamos percorrer este complexo território carregado de energias. 

  • Muitas pessoas hoje, como nunca antes, apreciam o ensinamento budista e a exploração psicodélica pois compartilham o mesmo objetivo: a libertação da mente.
  • Pesquisas científicas tem demonstrado que a meditação e os psicodélicos relatam efeitos neurológicos que podem se complementar. (Leia: Os 7 Estudos Psicodélicos que você precisa saber)
  • Os profundos insights da jornada dos enteogênicos podem ser integrados na prática budista.
  •  O uso de enteogênicos  e as ameaças relacionadas com os sistemas de apoio vida nos obrigam a olhar cuidadosamente para todas as ferramentas que podem nos levar a transformar nossa forma atual de vida na Terra. (Leia: A Vida na Terra Antes da Tecnologia)

Da mesma maneira em que um colapso ecológico essencialmente lento ocorre, as pessoas permanecem na busca do preenchimento de suas vidas, hoje cada vez mais, os estudos profundos da verdade espiritual e formas de libertação interna de todo o sofrimento estão vinculados ao encontro na jornada pela sabedoria através do budismo e de psicodélicos. Já fazem quase 60 anos desde que a Life Magazine publicou o artigo “Procurando por Cogumelos Mágicos”, escrito por Gordon Wasson, que é considerado um dos marcos no início do movimento psicodélico, ou a “Revolução da Mente”, que foi uma fase na cultura dos anos 60, que em seu fim, teve o uso de psicodélicos proibidos e considerado sem benefícios medicinais, mas agora a luz em volta dessa poderosa chave vem se tornando temas de diversos estudos como potenciais remédios e também para uso terapêutico. Tanto a prática do Budismo quanto o uso Psicodélico leva a uma experiencia de grande importância para a conjunção unificada de se tornar um consigo mesmo e a impermanência, em compreender a realidade diretamente ao invés de teórica e abstratamente, e a compreensão das fronteiras tênues entre si e os outros. Nós estamos presenciando nesta Nova Era a volta dos ensinamentos psicodélicos nos campos espirituais e o florescimento de livros e artigos que evidenciam sua expansão intelectual. Todos esses fatores equivalem a uma revolução na compreensão mental e do eu nos caminhos da intervenção psicodélica que pode resultar em um avanço mental revolucionário, como no início dos tempos, em que a mente do Homo Habilis se expandiu até nossa atual forma, o Homo Sapiens.

regeneration_amanda_sage_grandeA veneração pela experiência visionária induzida tem suas raízes em praticamente todas as culturas e religiões já vistas na Terra (Assista: The Pharmacratic Inquisition) e o seu uso foi essencial para o desenvolvimento das civilizações, como por exemplo, as duas das culturas mais difundidas e influentes, a helenística Grécia e a Aryan Índia, que suas inspirações centrais são provenientes da ingestão de substâncias psicodélicas. O Dr. Stanley Krippner, um parapsicólogo que é referencia em seu campo de estudo, aponta que as substâncias psicodélicas tem sido utilizadas com muita sabedoria em muitas culturas primitivas para fins espirituais e de cura, e fala que a “Nossa cultura não tem esse quadro. Nós não temos a proximidade com a natureza, o elo que nos liga foi perdido. A proximidade com Deus, com o eu, a perspectiva xamânica natural, nós perdemos tudo isso”. É aí que o Budismo entra, com uma ética de compaixão e ensinamentos muito já testados pelo tempo promovem hoje esse religamento com o Elo, a consciência, a bondade e o auto-desenvolvimento. (Leia: 7 Ervas Legais que Alteram a Consciência e os Sonhos). É neste contexto que o escritor Robert Thurman, o primeiro americano a ser ordenado um monge tibetano pelo Dalai Lama, e que nunca foi um entusiasta psicodélico, disse a uma multidão de 300 pessoas no Burning Man em 2014 que, quando se considera a magnitude dos desafios que vem pela frente, o uso de psicodélicos podem auxiliar o desenvolver da nossa capacidade empática e graus de gratidão são considerados um meio hábil, desde que sejam usados com cuidado. O quinto preceito do budismo, Thurman acrescentou, estava claramente se referindo ao álcool, que desde os tempos antigos é visto como um enorme problema social e de saúde. Já falamos sobre o simbolismo do álcool e do vinho em outro artigo (Leia: O Simbolismo das Flores, Plantas, Frutas e Árvores).

A partir do dia 06 deste mês corrente de Julho, começará uma série de debates que serão transmitidos online pelo site Evolver Learning Lab com convidados que em sua antologia inovadora, como Zig Zag Zen, Allan Badiner e Alex Grey lançam o primeiro inquérito sobre as considerações éticas, doutrinárias e transcendentais do cruzamento do budismo e psicodélicos. Allan Badiner está hospedando esta exploração exclusiva do tema, com três mestres espirituais muito admirados: o artista visionário pioneiro Alex Grey, o sacerdote Zen e professor principal no Santa Cruz Zen Center, Kokyo Henkel, e o escritor Zen Brad Warner. Cada um deles experienciou um encontro profundo com psicodélicos que influenciaram a sua prática, mas eles trazem marcadamente diferentes perspectivas para esta discussão. Para Alex Grey, enteogênicos continuam a desempenhar um papel importante na sua vida espiritual, trazendo-o cada vez mais para o mistério e permanecendo continuamente gratificante. Ele considera os sacramentos como blocos de construção de uma cultura sacramental. Kokyo Henkel tem visto por muito tempo o potencial de psicodélicos para auxiliar nos caminhos benefícos da meditação budista como um abridor de portas, mas ele agora está questionando sua ideia que há muito tempo considera que o uso dos sacramentos e os mestres de plantas não são aconselháveis medida que se avança na prática do Dharma. Enquanto ele assumidamente aprecia artefatos psicodélicos, como a arte visionária ou a arte psicodélica dos anos 60, Brad Warner é cético ao pensar que qualquer acessório químico pode ser parte de uma prática budista dedicada. Allan irá explorar estas perspectivas em uma conversa animada, pensativa, sem barreiras com cada um de seus convidados neste interessante e inovador debate. Você também poderá fazer parte da discussão online através do site que linkamos acima. Se caso você perca alguma das sessões ao vivo, uma gravação online ficará no ar para ser assistida a qualquer momento, então não se preocupe! 🙂 Estas sessões serão recheadas com informações provocantes, poderosas histórias pessoais e conselhos práticos.

Aquário está fermentando! Não deixe de aprender coisas novas todos os dias, seja lá o que for, mantenha sua mente saudável 🙂

Fonte: Evolver Learning Lab + As Mais Belas Histórias Budistas + WikiPedia

Tradução: NM

Por favor, lembre-se de compartilhar trechos ou textos completos do blog sempre com os devidos créditos!

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